UE - Unilaterais Europeus

As decisões na UE nunca foram partilhadas, são unilaterais e quem as toma são, em primeiro lugar a Alemanha e, a seguir, aqueles que ela escolhe como aliados próximos circunstânciais da sua política de usura e expansão. E como todos sabemos, a Alemanha, se for preciso até corta a língua para não poder dizer que dá dinheiro a países do Sul, que vê como um conjunto de povos de preguiçosos que fazem nada e só querem viver do trabalho dos outros.
A Alemanha e a Holanda e outros países do Norte têm para com os do Sul a mesma visão, o mesmo preconceito e a mesma retórica que Trump tem com os pobres do seu país: são pobres porque são fracos, burros e não querem trabalhar. É assim que nos vêem.
De modo que, ou os outros países se juntam contra estes e mudam as regras da desgraça ou depois desta crise a UE torna-se numa espécie de EPRE - Estrutura de Produção de Regulamentos Europeia - demasiado cara para o trabalho que faz. É o cenário do desaparecimento num processo, não revolucionário, já em curso: Porque revolucionária foi a ideia da sua criação.


Crise da covid-19 expõe as velhas divisões da União Europeia

Líderes europeus prometeram solidariedade e cooperação, mas não chegaram a acordo sobre a emissão de coronabonds para apoiar os países mais afectados pela pandemia.

“Como é que alguém pode pensar que os instrumentos desenhados no passado, e feitos para responder a choques assimétricos e tensões financeiras de países individuais, são os mais adequados para responder a este choque externo de que nenhum país é responsável?”, questionou Giuseppe Conte.

Acompanhado pelos restantes líderes que com ele tinham enviado uma carta ao presidente do Conselho Europeu a exigir “acções decisivas” (entre os quais António Costa), o primeiro-ministro de Itália assumia o confronto e forçava um braço de ferro quer com a Alemanha quer com a Holanda, os dois países que no início da reunião tinham sido taxativos na sua posição. “Coronabonds, jamais!”, garantiu o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.