Gozaram com a doença, influenciaram muitos a desvalorizarem-na com os consequentes comportamentos irresponsáveis que alguém vai pagar com a sua vida.
Os especialistas da OMS dizem que há razão para alarme e os tolos dos governantes negam só porque lhes dá jeito sem pensar nas consequências.
Que muita gente não pensa e precisa de muita, muita evidência, para perceber o perigo, isso sabemos, agora que esses sejam a maioria no governo, isso assusta.
Hoje lemos nos jornais que os profissionais de saúde não têm máscaras ou luvas para lidar com os doentes porque os incompetentes que nos governam arrecadam todo o dinheiro dos impostos para a banca e primismo em vez de pensarem no país e nem sequer são capazes de repor stocks de produtos essenciais.
No ano passado, se bem nos lembramos, andavam a chamar selvagens aos enfermeiros para lhes negarem uma carreira.
Tenho medo que estes governantes façam mais mal que o vírus.
Governo a reboque da sociedade civil
Eduardo Cintra Torres
A irresponsabilidade de Graça Freitas, Torgal, Marcelo e Costa foi valentemente contrariada.
Em 14 de Janeiro, a Organização Mundial da Saúde atribuiu o nível de alerta. No dia seguinte, Graça Freitas, directora-geral da Saúde, disse que era "um bocadinho excessivo", que "não há grande probabilidade de chegar um vírus destes a Portugal", "não se transmite de pessoa para pessoa". O chefe de Estado e o primeiro-ministro andaram em risotas nos hospitais a falar com infectados. Noutra acção de propaganda, o governo organizou um evento mediático no Aeroporto de Beja.
O presidente fez brincadeiras com os seus beijos e abraços. Podendo estar infectado, fechou-se em casa (fez bem), mas fez palhaçada à varanda para o país. Em 28 de Fevereiro, o porta-voz do Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP), Jorge Torgal, declarou que o COVID-19 não é grave, que "é menos perigoso do que o vírus da gripe", que "existe um pânico completamente desproporcional à realidade" e que não mudou "absolutamente nada na sua vida". A 12 de Março, o CNSP opôs-se ao fecho das escolas e museus. Na quinta-feira, o governo decidiu manter as escolas abertas até amanhã.
O primeiro-ministro, com medo político de tomar decisões firmes, foi adiando, escondendo-se atrás da opinião dos "técnicos" como Jorge Torgal. Tarde e a más horas, contrariou a recomendação criminosa do CNSP e anunciou as primeiras medidas sérias dizendo tratar-se da "luta pela nossa sobrevivência". Quem o visse na galhofa com Marcelo no hospital! Quem o ouvisse escudando-se na opinião dos "técnicos"!
A irresponsabilidade de Graça Freitas, Torgal, Marcelo e Costa durante semanas foi entretanto valentemente contrariada no mesmo período por câmaras municipais, pela Igreja, universidades e escolas (em alguns casos pelos seus directores, incorrendo em desobediência), pelas instituições do futebol, empresas, organização de eventos, pelos media e por milhões de cidadãos. A sociedade civil antecipou-se em dias ou semanas aos ‘responsáveis’ nacionais políticos e de Saúde.
Só na quinta e sexta-feira o discurso político mudou, com Costa e a conferência de imprensa da inevitável Freitas, já não com a fraca Temido, mas com a sua secretária de Estado. Mais factuais e menos verborreicas, em vez de atacarem os media, como fizeram dias antes Freitas e Temido, agora elogiaram-nos, acertando por uma vez: foram os media jornalísticos que, desde Dezembro, informaram correcta e sistematicamente os portugueses, ao contrário dos responsáveis políticos e de Saúde.
Vivemos uma situação excepcional. Infelizmente, nesta hora extraordinária não tivemos dirigentes políticos e na Saúde à altura. Uma vez mais, o povo revelou-se melhor do que a elite.
O presidente fez brincadeiras com os seus beijos e abraços. Podendo estar infectado, fechou-se em casa (fez bem), mas fez palhaçada à varanda para o país. Em 28 de Fevereiro, o porta-voz do Conselho Nacional de Saúde Pública (CNSP), Jorge Torgal, declarou que o COVID-19 não é grave, que "é menos perigoso do que o vírus da gripe", que "existe um pânico completamente desproporcional à realidade" e que não mudou "absolutamente nada na sua vida". A 12 de Março, o CNSP opôs-se ao fecho das escolas e museus. Na quinta-feira, o governo decidiu manter as escolas abertas até amanhã.
O primeiro-ministro, com medo político de tomar decisões firmes, foi adiando, escondendo-se atrás da opinião dos "técnicos" como Jorge Torgal. Tarde e a más horas, contrariou a recomendação criminosa do CNSP e anunciou as primeiras medidas sérias dizendo tratar-se da "luta pela nossa sobrevivência". Quem o visse na galhofa com Marcelo no hospital! Quem o ouvisse escudando-se na opinião dos "técnicos"!
A irresponsabilidade de Graça Freitas, Torgal, Marcelo e Costa durante semanas foi entretanto valentemente contrariada no mesmo período por câmaras municipais, pela Igreja, universidades e escolas (em alguns casos pelos seus directores, incorrendo em desobediência), pelas instituições do futebol, empresas, organização de eventos, pelos media e por milhões de cidadãos. A sociedade civil antecipou-se em dias ou semanas aos ‘responsáveis’ nacionais políticos e de Saúde.
Só na quinta e sexta-feira o discurso político mudou, com Costa e a conferência de imprensa da inevitável Freitas, já não com a fraca Temido, mas com a sua secretária de Estado. Mais factuais e menos verborreicas, em vez de atacarem os media, como fizeram dias antes Freitas e Temido, agora elogiaram-nos, acertando por uma vez: foram os media jornalísticos que, desde Dezembro, informaram correcta e sistematicamente os portugueses, ao contrário dos responsáveis políticos e de Saúde.
Vivemos uma situação excepcional. Infelizmente, nesta hora extraordinária não tivemos dirigentes políticos e na Saúde à altura. Uma vez mais, o povo revelou-se melhor do que a elite.
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