March 03, 2020

Quando sites de grande afluência publicam artigos completamente irresponsáveis



COVID-19: VIAJAR OU CANCELAR? TUDO O QUE PRECISA SABER PARA TOMAR UMA DECISÃO SENSATA

sapo.viagens
Tânia Neves

NOTA DA AUTORA: este é um texto escrito por uma viajante profissional, com algumas (não todas) indicações partilhadas pelo Dr. Diogo Medina, da Consulta do Viajante.

Algumas? Pode ser uma só, como por exemplo, não viaje para onde não é recomendado viajar...


Foi no final de Janeiro que o cenário começou a ficar preocupante: este novo coronavírus começou em Wuhan, uma das mais importantes cidades na China, e rapidamente ganhou proporções respeitosas. A proximidade do início do surto com a data do ano novo Chinês – a maior migração humana anual – fez com o que tivessem que ser tomadas medidas drásticas de imediato. Cidades inteiras em quarentena, escassez de mercearias e outros bens de primeira necessidade, controlo de população exímio em números só possíveis na China – Wuhan, por exemplo, tem tantos habitantes como Portugal inteiro.
Desde então, têm-se multiplicado as restrições de viagem por todo o mundo, fronteiras que fecham, de um dia para o outro, transportes suspensos, novas regras de entradas e saídas de cada país, vistos invalidados.Todos os dias somos alimentados por notícias e atualizações constantes, tal como mitos e relatos de diferentes perspetivas.

Mas e se, mesmo assim, eu quiser viajar?

Na minha posição de “viajante profissional”, sempre defendi que não devíamos opinar num assunto que não nos diz respeito – neste caso, sobre a área da saúde. Mas há muito que isto deixou de ser um caso exclusivamente de saúde, e aí, sinto que estou numa posição privilegiada por ter amigos e manter relações profissionais com pessoas nos epicentros do surto, devo servir de algum tipo de referência para outras pessoas.


É possível ser mais burro que isto? Não é da área da saúde, não percebe nada do assunto mas como tem amigos em vários sítios acha que deve ser uma referência para os outros... e o que é que esta sumidade da parvoíce determina? Vejamos:

Vamos todos morrer?

A resposta é: sim, vamos. Mas dificilmente será devido ao COVID-19. As tendências atuais apontam para que a taxa de mortalidade nesta data, ande a rondar os 0,7% do número de casos confirmados, e é aqui que a coisa fica difícil de explicar: é que na grande maioria dos casos ditos confirmados, os portadores do vírus são assintomáticos. Isto quer dizer que não manifestam nenhum dos sintomas de alerta. Na grande maioria, os sintomas são tão leves, que se confundem com uma simples constipação.

Primeiro determina falsidades de 0.7%, quando são mais de 2%, sendo que para certas grupos são 14%. Depois, os casos conhecidos são poucos porque não se está a testar as pessoas. Há muitos mais infectados do que os casos conhecidos.

O que me parece desmedido é os números, quando comparados com outros (quais outros???), e a desmedida histeria que se tem visto à volta desta situação. Numa era da informação e tecnologia, há muita ingenuidade.

A DGSpublicou um vídeo que ajuda bastante, que podem ver aqui: https://youtu.be/MJmWJyWywIU

. Evitar o contacto direto com pessoas doentes. Dizem que a distância de segurança é de 1m, por isso nada de abraços nem beijinhos.
. Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com mãos não lavadas;

'Evitar o contacto com pessoas doentes.' A dita cuja esquece-se é de explicar como é que se evita o contacto com pessoas infectadas se estas acham tudo uma histeria e não tomam nenhuma precaução, nem sequer deixar de viajar para sítios com epidemias.

O contágio está provado que não é apenas através dos espirros, tosse ou fala direta (menos de 1m de distância, dificilmente alguém projeta “gafanhotos” a mais de 1m!), mas também pode ocorrer através de superfícies para onde a pessoa infetada tenha espirrado, ou tocado com as mãos depois de espirrar para as mãos, por exemplo.

Ainda diz que a propagação se pode fazer por tocar em superfícies onde uma pessoa infectada tenha tocado.

Ora se a pessoa infectada anda por aí a viajar na boa sem precauções é normal que a espalhe. Sem histerias nenhumas. Silenciosamente.

O uso da máscara apenas se houver sintomas respiratórios (para evitar uma possível transmissão a terceiros) 


Pois, para evitar transmissão a terceiros, que é o que acontece se continuar a viajar à balda sem precauções.

Se estiveres em Portugal, deves ligar à linha de Saúde24 808 24 24 24 se nos 14 dias após regressar de um país afetado sentires tosse, dificuldade em respirar ou febre igual ou superior a 38ºC.

Ou seja, se não sentires nada desses sintomas, continua a viajar na boa e não te controles.


Mesmo assim, eu quero ir viajar!

Eu penso como tu, e mantenho os meus planos de viagem. Por isso, eis as 6 dicas-chave para viajar bem-sucedido no meio de tantas contrainformações:

1. Vê com atenção todos os links abaixo! Tenta perceber não só a veracidade da informação, mas também a qualidade do conteúdo da mesma. Muitas das notícias que nos rodeiam são sensacionalistas, e tem havido uma propagação desmedida do medo à volta do assunto.

Se houverem muitas restrições de viagem para o teu destino, não vás!

Houverem... houverem??? 

Agora, se ainda falta muito tempo para a tua viagem, deixa “a poeira assentar” – a tendência é que as coisas melhorem muito em breve.


!Ninguém sabe se as coisas vão começar a melhorar ou se o pico da crise é daqui a três meses, porque o que já se sabe é que há milhares de infectados não detectados. 
Ora, pode acontecer, se as pessoas não forem imprudentes e estúpidas, que as coisas melhorem -o sol e o bom tempo se calhar ajudam-, como pode acontecer que piorem. Ninguém sabe, ao certo. 

É por isso que, para não haver epidemias, cada um tem que fazer a sua parte de ser prudente e evitar viajar, e andar em sítios com gente de sítios com muitos infectados, se não tem necessidade, porque estamos no espaço europeu, o espaço schengen e não na China que é uma ditadura onde não estão de modas: fecham a cidade e as pessoas em casa à maneira dos cercos da idade média de maneira que ninguém de lá saia e possa infectar outros de fora, nem ninguém de fora entre e saia de lá infectado.

Este artigo parece-me mesmo imbecil.  Uma coisa é não criar alarmismo, outra é dizer que isto não é nada e não passa de histeria e aconselhar a que se continue a viajar sem pensar nos outros.

Por exemplo, pode ler aqui:

What You Can Do Right Now About the Coronavirus

Preventing the spread of an outbreak requires a massive global effort, but here are steps everyone can take.
Over the past week, the number of confirmed cases of coronavirus infection in the U.S. has more than doubled. It’s become apparent that previous numbers were low, in part, because we weren’t testing people for it. We now know that there has been ongoing community spread, but to what extent is unclear.

Everyone can help in the effort to prevent this from happening. Unlike many global-health issues that depend on orchestration at the highest levels of government, individual behaviors matter in an immediate sense. The demographic most likely to survive an infection—the young and healthy—may need to pay the closest attention to preventive measures. These are the people who will spread the disease while believing that they just have a cold. They can infect the elderly, or people who have chronic diseases or immune conditions, who are less likely to survive.



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