March 13, 2020

O ministro da educação só desiberna para dizer parvoíces



Percebe-se perfeitamente o que está subjacente. Com o ódio que o governo nos tem devem andar a dizer, 'aqueles só querem é férias' e coisas do género.

Então explique lá, senhor ministro: o interesse é interromper cadeias de transmissão, logo, fazermos isolamento social, mas o senhor aconselha a que nos juntemos uns com os outros? Os professores que vêm de longe e andam todos os dias em transportes públicos continuam a fazê-lo e depois vão para as escolas para ver se nos infectamos uns aos outros? Ou pensa que vamos para a escola de automóvel particular com motorista do Estado? Aqueles que têm familiares que vieram de Espanha, França, etc., para ver se arranjam outra cadeia de transmissão?
Então o primeiro ministro exorta a que saiamos o mínimo possível e o ministro da educação manda os professores viajar para irem para as escolas não havendo lá alunos?

Pensa o quê? Que não temos nada que fazer? Estamos no final do 1º período, todos temos testes e trabalho para ver. Ainda hoje muitos professores vão fazer testes. Temos outros trabalhos que costumam ser feitos em Junho e que podem ser feitos nesta altura, como exames internos, etc. Pessoalmente não mexo nos computadores da escola há duas semanas. Tudo que tenho que fazer usando os computadores -justificar faltas, escrever sumários, etc.- faço em casa porque os teclados dos computadores da escola estão absolutamente nojentos -quando os viramos ao contrário saem de lá papo-secos- e são mexidos por toda a gente.

Uma coisa é trabalharmos online e por email. Isso já tinha combinado ontem com as turmas porque mesmo que a escola não encerrasse eu não ia lá.

Em vez de vir com estas ameaças veladas podia ter feito algo de útil que era falar da avaliação que isso é o que mais interessa aos alunos e a nós também para podermos adequar o nosso trabalho ao que for decidido: vão haver avaliações só no final do ano? Quer dizer, esta ano, só há dois momentos de avaliação ou fazemos à mesma a do 2º período quando voltarmos em Abril?
Das coisas importantes não fala.


“Ninguém está de férias”, avisa ministro da Educação

Professores e pessoal não docente vão ter de continuar a apresentar-se nas escolas enquanto vigorar o período de suspensão de aulas, a partir de segunda-feira.

9 comments:

  1. Minha cara, eu tenho vários alunos que não têm computador e/ou internet em casa.

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  2. Eu também, embora pouquíssimos mas, mesmo quem não tem internet na casa tem no telemóvel e pode ir ao email da turma ou pode pedir a um colega que veja o que envio.

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  3. O meu PC está muito velho. Só trabalho com o tlm.
    Ao Miguel deram-lhe um portátil para ele trabalhar em casa. À minha filha, idem!
    Só a mim é que não me dão nada. Como comecei o semestre há um mês e picos, ia dar testes na próxima semana. Olha, temos pena!

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  4. Epá, eu trabalho tanto no PC com os alunos e com os pais e já nem recebo trabalhos de alunos em papel, é tudo por email. Não conseguia trabalhar sem o portátil. E fazer textos e ficas e pesquisas e tabelas... faço dezenas dessas coisas e é no pc e é em casa que na escola não é possível.

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  5. Eu trabalho nos PCs da escola. Só compro um PC novo quando este der o berro. Eu tenho ótimas condições de trabalho na escola.

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  6. Não tem que ver com condições de trabalho boas, isso também tenho. No entanto, não há computadores para todos. Somos 1600 alunos e cerca de cento e trinta professores. Depois os computadores com impressora são os da DT que são poucos e precisos para os DT, não podemos ocupá-los com outras coisas. Depois não têm instalados programas que uso. Mais que isso, a escola não tem livros. Eu vou a livros de Filosofia (não manuais mas livros) buscar muita coisa para o trabalho, digitalizo, depois corto no pc, faço composições com tabelas... tenho carradas de material guardado no meu pc, nos favoritos, em ficheiros. E a escola não tem os livros.

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  7. E na escola o ruído é constante, não permite concentração. Na sala de DT, na sala de professores, na mediateca... há sempre gente a entrar, a falar, a fazer perguntas, vem barulho da sala polivalente.., se estás num trabalho de justificar faltas tudo bem mas se estás a fazer uma pesquisa ou a fazer fichas, não se consegue trabalhar com o ruído e interrupções constantes.

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  8. Pois é... um país a múltiplas velocidades. Na minha escola, os computadores mais novos têm dez anos ou mais, a rede é lenta, impressoras existem apenas na biblioteca, reprografia, secretaria e direção. No concelho onde trabalho, são muitos os alunos que não têm PC e / ou ligação à Internet.

    Em suma, trabalho numa escola do interior profundo, sem condições de qualquer espécie, então tecnológicas nem vale a pena conversar.

    Uma nota final relativa aos trabalhos feitos e enviados informaticamente: tudo isso é muito p'ra frentex e, no secundário, até se poderá justificar, porém a escrita manual é fundamental para a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Espero que os professores de Português continuem a, de alguma forma, solicitar aos alunos que escrevam «à mão». É f-u-n-d-a-m-e-n-t-a-l!

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  9. Os meus alunos enchem cadernos escritos à mão de apontamentos das aulas. É um massacre :))

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