November 07, 2019

There's nothing new under the sun



Em 1666,  Gottfried Wilhelm Leibniz  publicou uma dissertação enigmática,On the Combinatorial Art Com apenas 20 anos mas já um pensador ambicioso, Leibniz desenhou uma teoria para o automatizar a produção de conhecimento através da combinação regulada de símbolos.
O seu argumento central dizia que todos os pensamentos humanos, por mais complexos que fossem, eram combinações de conceitos fundamentais, da mesma maneira que as frases são combinações de palavras e as palavras combinações de letras. Ele acreditava que, se pudéssemos encontrar uma maneira de representar simbolicamente estes conceitos fundamentais e desenvolver um método para os combinar logicamente, seria possível geral pensamentos a pedido.
Leibniz foi buscar a ideia a um estudo de Ramon Llull , um místico do século XIII que se dedicou a conceber um sistema de raciocínio teológico que provasse a verdade universal do cristianismo aos não crentes.
Ramon Llull, por sua vez, inspirou-se nas letras combinatórias dos cabalistas judeus que usavam para gerar textos que, acreditavam, produzia sabedoria profética. levando a ideia mais longe Llull inventou uma volvela, um mecanismo que consiste numa série de discos de papel de rotação concêntrica onde se escreviam símbolos que representavam os atributos de Deus. Llull acreditava que girando a volvela, os símbolos geravam novas combinações que revelavam novos atributos da divindade.
Leibniz ficou muito impressionado com o mecanismo de papel de Leibniz e embarcou num projecto de criar o seu próprio mecanismo de gerar ideias a través de combinações simbólicas. Queria usar esta máquina, não para debates teológicos mas para o raciocínio filosófico. 
Um tal sistema requeria, pensava, três coisas: um alfabeto dos pensamentos humanos; uma lista de regras lógicas para a sua combinação e re-combinação válidas; um mecanismo que pudesse fazer as operações lógicas nos símbolos, rápida e rigorosamente - uma volvela, perfeitamente actualizada e mecanizada.
Chamava-lhe, 'o grande instrumento da razão' e imaginava que pudesse responder a todas as questões e resolver todos os debates intelectuais. Quando houver disputas entre pessoas, podemos simplesmente dizer, "vamos calcular e, sem mais delongas, ver quem tem razão."
Leibniz nunca chegou a construir a máquina e mais tarde abandonou o projecto por considerar imaturo um projecto de mecanização da linguagem. No entanto, a ideia ficou-lhe e mais tarde inspirou-se nela para construir um step reckoneruma calculadora mecânica que construiu em 1673.
Hoje em dia, à medida que se constroem algoritmos cada vez melhores para o processamento da linguagem natural, os debates de Leibniz e Swift acerca da possibilidade de construir um sistema linguístico que não apenas reproduza mas que compreenda o sentido do que é dito voltaram à ordem do dia.

the history of natural language processingBy Oscar Schwartz





uma volvela da lua, Wikipéedia




máquina de calcular de Leibniz, Encylopedia Britannica 2002






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