lignina
Fórmula molecular | C9H10O2, C10H12O3, C11H14O4 |
Porque cheiram a baunilha e também, às vezes, a caramelo e chocolate.
O cheiro dos livros antigos, cujo papel é feito a partir da madeira, vem da lignina, uma macromolécula tridimensional amorfa encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose. Em contacto com o ar, a lignina faz o papel ficar amarelo. Quanto mais lignina tem mais depressa amarela. Daí que tentem ao máximo retirá-la no processo da fabricação do papel.
No entanto, é esta lignina da madeira que faz o papel largar um aroma de baunilha à medida que vai envelhecendo. Outros aromas comuns do papel envelhecido são, a amêndoa, o caramelo e o chocolate. Também se pode detectar o cheiro de formaldeído o que depende dos componentes voláteis que foram usados na fabricação do livro.
Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro desenvolveu um 'nariz electrónico' que consegue cheirar o odor dos livros, o que vai ajudar a determinar se os livros antigos estão, ou não, em bom estado de conservação, sem ter de destruir as suas páginas para fazer testes.
Este nariz electrónico consegue distinguir se o livro tem papel de linho, de algodão, de madeira, bem como o período da sua fabricação. Esta técnica pode até ajudar a prevenir que livros que emitem compostos orgânicos voláteis, como o formaldeído, deteriorem os livros vizinhos. (fonte )
Depois de ler isto fui ali a uma prateleira com livros mais antigos, concentrei-me e pus-me a ver se conseguia distinguir nos livros um cheiro de baunilha, um de caramelo e um de chocolate.
As mil e uma noites deitam um cheiro intenso adocicado a baunilha
A vida dos filósofo cheira ligeiramente a um caramelo escuro
As curiosidades do Lalanne têm um cheiro forte a cacau já envelhecido como quando passa do prazo de validade.
Agora, as poesias do Marquês de La Farre têm um cheiro a álcool muito pronunciado.
Nunca tinha reparado que os livros antigos têm cheiros diferenciados embora já tivesse reparado que têm cheiros adocicados.
Ultimamente deu-me para sentir falta de trabalhar, como fazia muitas vezes quando andava na faculdade, nas bibliotecas públicas de Lisboa, onde estamos rodeados do cheiro destes livros, o que é um bocadinho embriagador (agora já sei porquê) e reconfortante (é do adocicado) e onde há poucas ou nenhumas distracções, já que não há barulho nem gadgets por todo o lado e conseguimos uma concentração de qualidade.
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