Regresso às aulas. Como as escolas se estão a preparar
É como se a cada porta que se abre de cada espaço da escola — seja as salas de aula, a sala dos professores, o refeitório ou a secretaria — saltasse um conjunto de problemas para resolver e condicionalismos que é preciso ultrapassar ou, pelo menos, improvisar soluções que minimizem os riscos de transmissão do novo coronavírus....
Ana Leal já consegue fazer um balanço aos problemas mais frequentes: “A maior dificuldade é a articulação dos horários e o número de alunos que frequentam cada escola. É complicado garantir o desfasamento entre os grupos e é muito difícil de cumprir o distanciamento físico nas salas de aula. Nas escolas mais pequenas é impossível esticar o espaço”, reconhece a responsável da câmara.
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“É um puzzle muito complicado e há circunstâncias que não estão nas nossas mãos. Não consigo resolver o problema da dimensão das salas de aula. Mas a tudo o que estiver ao nosso alcance tentaremos dar resposta. É esta a mensagem de confiança que queremos passar os pais.
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Neste artigo diz-se que em Lisboa estão a fazer uma vistoria às escolas para identificarem problemas de segurança pandémica no próximo ano lectivo, a começar já daqui a três semanas.
Ana Leal já consegue fazer um balanço aos problemas mais frequentes: “A maior dificuldade é a articulação dos horários e o número de alunos que frequentam cada escola. É complicado garantir o desfasamento entre os grupos e é muito difícil de cumprir o distanciamento físico nas salas de aula. Nas escolas mais pequenas é impossível esticar o espaço”, reconhece a responsável da câmara.
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“É um puzzle muito complicado e há circunstâncias que não estão nas nossas mãos. Não consigo resolver o problema da dimensão das salas de aula. Mas a tudo o que estiver ao nosso alcance tentaremos dar resposta. É esta a mensagem de confiança que queremos passar os pais.
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Neste artigo diz-se que em Lisboa estão a fazer uma vistoria às escolas para identificarem problemas de segurança pandémica no próximo ano lectivo, a começar já daqui a três semanas.
São muito claros. As escolas são pequenas, com muitos alunos, o que torna difícil desfasar horários, as salas de aulas são pequenas e com demasiados alunos, o que torna impossível o distanciamento físico, e nem sequer falamos dos dois metros recomendados pela OMS, os refeitórios pequenos e sem condições, as casas de banho...
Face a estes problemas o Estado faz zero. Em Portugal discute-se muito o facto de as escolas fecharem ou não, quando ninguém, a começar pelos professores, quer dar aulas em casa, mas não se discute o mais importante que é: como voltar em segurança. Penso que quem escreve esses artigos, quer ter um pretexto para dizer mal dos professores e chamar-nos nomes.
Todos os dias nos bate na cara a evidência da cobardia e desinteresse pela educação pública (excepto na parte da ideologia e endoutrinação para propósitos políticos) por parte de todos os governos: recusa em gastar dinheiro com a educação pública: as condições das escolas, o número de alunos por turma, a desconsideração da profissão dos professores.
A escola usada para promover cartilhas ideológicas e para poupar dinheiro aos cofres do Estado pô-la nesta situação-limite, em tempos normais. Agora que estamos em tempos limite, não têm margem de manobra. Como a prioridade nas soluções para as escolas é não gastar dinheiro e, até, se possível, cortar mais dinheiro nas escolas, como o já o tentaram fazer em Junho, nenhuma solução é possível. É a história da cigarra e da formiga.
Podemos ter medíocres no poder em tempos normais porque as consequências dessa mediocridade não se notam, geralmente, a curto prazo, mas quando estamos em tempos de crise, a mediocridade das pessoas e das suas políticas fica toda à vista. Veja-se o caso de Trump. Aqui em Portugal essa mediocridade já nos custou Pedrogão e 25 mil milhões de euros enfiados em bancos.
A autoridade europeia diz que é incomum as escolas serem locais contagio, o que é uma mentira, pois no ano passado com pouquíssimos alunos e professores nas escolas houve casos de contágio em várias delas.
Sabemos que a maioria dos contágios se dão em casa: espaços fechados, partilha de objectos, nenhuma distância física e pessoas sem máscara. Ora, no trabalho nas salas de aula, a única condição que difere é o uso de máscara.
Conclusão: o mais importante não se faz. E o que é o mais importante? Garantir condições de segurança: E porque é que não se faz o mais importante? Porque o governo não quer gastar dinheiro com as escolas, mesmo recebendo milhões a fundo perdido.
Em vez disso discutem se as escolas fecham ou não, o que é indiferente, pois se houver surtos da doença nas escolas, elas fecham, quer as pessoas queiram ou não, como já está a acontecer na Alemanha e no Oriente.
Quando se diz que as crianças e os jovens precisam das escolas, esquecem-se que os alunos não aprendem sozinhos, precisam dos professores e que, se os professores adoecerem, de nada serve ter as escolas físicas abertas. Portanto, o objectivo é estarmos nas escolas em condições tais que o risco de contágio seja muito pequeno e não máximo como é o que estão a preparar.
Não se pode querer que as escolas sejam o depósito das consequências da incompetência dos que governam e gerem a pandemia: o ME, o governo, a DGS que nem colidir dados sabe, nem se importam com isso... Investigadores dizem que DGS lhes deu dados com “erros”. Homens “grávidos” é um deles, mas DGS desdramatiza
O título do artigo, 'como as escolas se estão a preparar' é uma ilusão para acalmar pais, como a própria confessa no artigo, porque no que mais importa para garantir a segurança de todos, pouco ou nada podem fazer, porque esbarram com a proibição do ME.