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August 09, 2020

Regresso às escolas

 


Regresso às aulas. Como as escolas se estão a preparar

É como se a cada porta que se abre de cada espaço da escola — seja as salas de aula, a sala dos professores, o refeitório ou a secretaria — saltasse um conjunto de problemas para resolver e condicionalismos que é preciso ultrapassar ou, pelo menos, improvisar soluções que minimizem os riscos de transmissão do novo coronavírus.
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Ana Leal já consegue fazer um balanço aos problemas mais frequentes: “A maior dificuldade é a articulação dos horários e o número de alunos que frequentam cada escola. É complicado garantir o desfasamento entre os grupos e é muito difícil de cumprir o distanciamento físico nas salas de aula. Nas escolas mais pequenas é impossível esticar o espaço”, reconhece a responsável da câmara.
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“É um puzzle muito complicado e há circunstâncias que não estão nas nossas mãos. Não consigo resolver o problema da dimensão das salas de aula. Mas a tudo o que estiver ao nosso alcance tentaremos dar resposta. É esta a mensagem de confiança que queremos passar os pais.

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Neste artigo diz-se que em Lisboa estão a fazer uma vistoria às escolas para identificarem problemas de segurança pandémica no próximo ano lectivo, a começar já daqui a três semanas.

São muito claros. As escolas são pequenas, com muitos alunos, o que torna difícil desfasar horários, as salas de aulas são pequenas e com demasiados alunos, o que torna impossível o distanciamento físico, e nem sequer falamos dos dois metros recomendados pela OMS, os refeitórios pequenos e sem condições, as casas de banho...

Face a estes problemas o Estado faz zero. Em Portugal discute-se muito o facto de as escolas fecharem ou não, quando ninguém, a começar pelos professores, quer dar aulas em casa, mas não se discute o mais importante que é: como voltar em segurança. Penso que quem escreve esses artigos, quer ter um pretexto para dizer mal dos professores e chamar-nos nomes.

Todos os dias nos bate na cara a evidência da cobardia e desinteresse pela educação pública (excepto na parte da ideologia e endoutrinação para propósitos políticos) por parte de todos os governos: recusa em gastar dinheiro com a educação pública: as condições das escolas, o número de alunos por turma, a desconsideração da  profissão dos professores.

A escola usada para promover cartilhas ideológicas e para poupar dinheiro aos cofres do Estado pô-la nesta situação-limite, em tempos normais. Agora que estamos em tempos limite, não têm margem de manobra. Como a prioridade nas soluções para as escolas é não gastar dinheiro e, até, se possível, cortar mais dinheiro nas escolas, como o já o tentaram fazer em Junho, nenhuma solução é possível. É a história da cigarra e da formiga.
 
Podemos ter medíocres no poder em tempos normais porque as consequências dessa mediocridade não se notam, geralmente, a curto prazo, mas quando estamos em tempos de crise, a mediocridade das pessoas e das suas políticas fica toda à vista. Veja-se o caso de Trump. Aqui em Portugal essa mediocridade já nos custou Pedrogão e 25 mil milhões de euros enfiados em bancos.

Para quem continua a achar que isto é uma gripezinha sem importância, na Alemanha abriram e fecharam as escolas num instante Cierran los primeros colegios en Alemania por la Covid-19. As escolas na Alemanha têm melhores condições que as nossas...
A autoridade europeia diz que é incomum as escolas serem locais contagio, o que é uma mentira, pois no ano passado com pouquíssimos alunos e professores nas escolas houve casos de contágio em várias delas.

Sabemos que a maioria dos contágios se dão em casa: espaços fechados, partilha de objectos, nenhuma distância física e pessoas sem máscara. Ora, no trabalho nas salas de aula, a única condição que difere é o uso de máscara.

Conclusão: o mais importante não se faz. E o que é o mais importante? Garantir condições de segurança: E porque é que não se faz o mais importante? Porque o governo não quer gastar dinheiro com as escolas, mesmo recebendo milhões a fundo perdido.
Em vez disso discutem se as escolas fecham ou não, o que é indiferente, pois se houver surtos da doença nas escolas, elas fecham, quer as pessoas queiram ou não, como já está a acontecer na Alemanha e no Oriente.

Quando se diz que as crianças e os jovens precisam das escolas, esquecem-se que os alunos não aprendem sozinhos, precisam dos professores e que, se os professores adoecerem, de nada serve ter as escolas físicas abertas. Portanto, o objectivo é estarmos nas escolas em condições tais que o risco de contágio seja muito pequeno e não máximo como é o que estão a preparar.

Não se pode querer que as escolas sejam o depósito das consequências da incompetência dos que governam e gerem a pandemia: o ME, o governo, a DGS que nem colidir dados sabe, nem se importam com isso... Investigadores dizem que DGS lhes deu dados com “erros”. Homens “grávidos” é um deles, mas DGS desdramatiza

O título do artigo, 'como as escolas se estão a preparar' é uma ilusão para acalmar pais, como a própria confessa no artigo, porque no que mais importa para garantir a segurança de todos, pouco ou nada podem fazer, porque esbarram com a proibição do ME.

May 20, 2020

Não percebo porque é que medir a temperatura nas escolas é atentar na protecção de dados



Hoje em dia, sempre que entro num hospital ou consultório médico, medem-me a temperatura. Acho normal, aceitável e até desejável e não sinto que alguém esteja a violar os meus direitos e liberdades por causa disso. Sabendo nós que a temperatura é um dos indícios da doença e estando numa situação em que temos de minimizar as possibilidades de contágio, parece-me uma medida razoável. Como é que viola a privacidade? A privacidade de quê? De poder andar por aí doente a infectar outros sem ninguém saber?
Não é o mesmo que lerem as mensagens do telemóvel ou saberem onde estamos, com quem falamos, o que fazemos, etc.

Talvez esta pandemia tenha como consequência positiva iniciar uma consciencialização acerca da responsabilidade que temos uns para com os outros na área da saúde.
Parece-me que depois desta pandemia ter mostrado os estragos que anos e anos de cortes fizeram na saúde, terá que se investir mais na área: na universalização, eficácia e facilidade de procedimentos preventivos - melhorar os rastreios, quer dizer, torná-los mais eficazes, inofensivos, autónomos e baratos, de maneira que a pessoa possa fazê-los sozinha em casa em vez de ter que ir para hospitais. Torná-los tão simples como um termómetro que mede a temperatura. Achava interessante que essa fosse uma nova área de trabalho da biomedicina ou lá como se chama.

Hoje em dia todos nós temos um termómetro em casa, sabemos medir a temperatura e o que fazer para baixar a febre e isso evita muitos contágios, doenças, idas a hospitais, etc. Uma rotina impensável há 100 anos quando uma febre vulgar matava pessoas.

Descartes considerava a saúde, et pour cause, a medicina, uma das três ciências que saiam directamente da Física, o tronco da árvore do conhecimento, cujas raízes (os fundamentos) são, a Metafísica. É que ele considerava a saúde como sendo fundamental à manutenção de um intelecto são e robusto.

Hoje perguntei aos alunos do 12º como foi a experiência do regresso às aulas. Estranho mas seguro, disseram. Estranho porque estamos de máscara, a professora de viseira e a escola parece um hospital, com desinfectante por todo o lado e muito silêncio - mas sentiram-se seguros, exactamente por causa dessas novas maneiras de estar que, por ora, têm que ser.

Medir temperatura dos alunos põe em causa “protecção de dados pessoais”


No regresso às aulas presenciais, algumas escolas estão a medir a temperatura dos alunos à entrada das instalações. Comissão Nacional de Protecção de Dados alerta que se trata de “um dado relativo à saúde, cujo tratamento está por regra proibido”.