Este era para ser o ano das comemorações dos 500 anos passados sobre a morte de Rafael. Em 2018 e 2019, respectivamente, houve grandes celebrações de Miguel Ângelo e Da Vinci, mas a pandemia fechou os museus, exposições, conferências, seminários, mostras e festas em geral.
É talvez uma trágica coincidência que as comemorações de Rafael tenham sido 'apagadas' por um vírus, tendo em conta que ele mesmo morreu aos 37 anos de uma pneumonia viral que infectou toda a corte papal, em 1520. Como dizem os seus biógrafos, morreu de uma
grandissima febbre. O seu maior patrono, o Papa Leão X, pouco mais velho que ele, havia de morrer de pneumonia, um ano e meio depois.
A morte de Rafael interrompeu uma carreira de arquitecto que estava a começar a florescer. Vasari, o seu principal biógrafo, elogia-lhe a pintura mas quase não fala da sua arquitectura. Que o Papa lhe tivesse entregue o projecto da Basílica de S. Pedro após a morte de Bramante, mostra, no entanto, uma enorme confiança na sua arte de arquitecto.
A capela Chigi na Basilica de Santa Maria del Popolo em Roma dá uma ideia do que ele poderia ter sido como arquitecto.
James Hankins in Raphael interrupted (excerto)
Rafael pintou-se a olhar para nós no fresco de nome,
Causarum Cognitio (Conhecimento de Causas) conhecido por
Escola de Atenas (a partir de um guia do século XVII) na
Stanza della Segnatura que era para ser a Biblioteca de Júlio II