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June 17, 2023

Um artigo interessante de ler, sobretudo pelos mais novos

 


Aqueles que nos tempos do PREC eram novos demais ou nem sequer existiam e não têm noção de que o pós-25 de Abril não foram só cravos de amizade e de liberdade. Foram expulsões, saneamentos e assassinatos de carácter de todos quantos não dançavam ao som das músicas do PCP e outros extremistas - sim, nessa época o PCP era extremista. Figuras importantes como Madalena Perdigão e outras desconhecidas como professores das escolas, pequenos empresários e muitos outros. Muitos foram aqueles que sofreram injustiças, por crimes de ofensa à ideologia comunista, por ambição e ganância de ficarem nos seus cargos e também por aproveitamento para vinganças mesquinhas. Só quem não passou por esses tempos se espanta desta sujeira que fizeram a Madalena Perdigão.


Madalena Perdigão e o PREC


Fico de boca aberta a ler estes artigos. Sou filha da Gulbenkian, eu e milhares e milhares de pessoas, mais novas e mais velhas do que eu, de esquerda e de direita, pobres e ricas, artistas e espectadores, estudantes, amadores e profissionais, nos anos da ditadura, nos anos do PREC e nos anos da democracia.

Bárbara Reis


March 26, 2021

26 de Março de 2014 - Otelo diz que se excedeu. Fez coisas... mas que não faz mal, é mesmo assim que se fazem as coisas

 


E fala muito do povo mas, mas vai dizendo que tomava decisões sozinho e sem pensar. Um sôfrego de poder. Um trambiqueiro palrador, cheio de vaidade e demagogia. 

Otelo não perdoa ao PCP tê-lo abandonado depois de ter orquestrado com ele a ocupação de terras, não para a dar a trabalhadores, mas para fazer campanha política. Como ele diz, 'tirar os doutores' dos sítios.  Não gostava de doutores mas que fez ele logo a seguir ao 11 de Março? Graduou-se general... ah, pois, brincas... o povo, o povo...

A conversa dos donos das terras andarem a tirar o gado é para rir, pois estava tudo ocupado. Em duas semanas ocupou 1.2 milhões hectares de terras. Para onde haviam de levar o gado? Para a praia? E o ódio que muitos lhe tiveram incluiu trabalhadores que ficaram sem o rendimento pois as terras ocupadas foram deixadas ao abandono, umas, outras delapidadas. Comeram o gado em festas, ninguém trabalhava a terra ou apanhava os frutos porque eram convocados diariamente para manifestações e tudo nos campos morria por falta de cuidado. Depois, não pagavam a ninguém com o argumento de que eram todos donos e não havia patrões. Morreram pessoas nas ocupações. 

Otelo dizia, mais tarde, depois de o terem posto com rodinhas nos pés a andar, que recusava a porca da política. Sim, sim. Não pôde ocupar os gabinetes pegou em armas com outros bandidos, contra o povo. Ah, não espera lá, os roubos de bancos e as mortes eram a favor do povo.

Ele e Pezarat Correia que era o comandante da Região Militar Sul desde o 11 de Março e andava por lá de bota alta e pingalim como os outros de má memória a mandar o COPCON aterrorizar as pessoas. Veja-se: Otelo escorre vaidade por todos os poros, de cada vez que o sicofanta do Pezarat o trata de general:

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/declaracoes-de-otelo-saraiva-de-carvalho-e-pezarat-correia/

O Pezarat Correia fez um doutoramento em 2017 sobre o colonialismo e a descolonização. 500 páginas, calculo que de mentiras bem elaboradas à maneira dos cobardes que se desresponsabilizam e querem ficar bem no retrato da História, com Otelo e Vasco Lourenço a assistir mais o BSS e muita gente que não sabe nada de nada sobre coisa alguma.  


25 Abril: Otelo assume que se excedeu "largamente" na ocupação de terras

Otelo Saraiva de Carvalho reconhece que excedeu "largamente" as suas funções quando, após o 25 de Abril de 1974, tomou decisões como a ocupação de terras ou o despejo dos "senhores doutores" das casas de pescadores.

Numa entrevista a propósito dos 40 anos da Revolução dos Cravos, o operacional do Movimento das Forças Armadas (MFA), 77 anos, recordou à agência Lusa o "dinamismo" dos primeiros tempos após a queda da ditadura e o quanto era preciso decidir, às vezes "sem tempo para pensar".

"Tive de tomar decisões -- enquanto comandante da região militar de Lisboa, do Comando Operacional do Continente (COPCON) e conselheiro da revolução -- ao minuto. Muitas delas foram tomadas sobre os joelhos", afirmou.

Nessa corrente, confessa o agora coronel, ter-se-á excedido: "Eu excedi largamente as minhas funções. Fiz coisas..."

"Coisas" que fez porque "as pessoas não queriam assumir as suas responsabilidades". Por isso, viu-se "obrigado" a decidir, às vezes "sem ter dez minutos para pensar".

"Parecia o Passos Coelho: vamos vender os quadros do Miró, afinal não se podem vender...", ironizou.

Quatro décadas depois, reconhece excessos embora não se arrependa: "Era necessário tomar decisões, mesmo que elas fossem más. Tinham de ser tomadas. Depois logo se via."

"Foi o que aconteceu inúmeras vezes, uma delas com a reforma agrária, quando mandei ocupar as terras", contou. Nas duas semanas seguintes, "1,2 milhões de hectares de terras foram ocupadas no Alentejo".

Quando os trabalhadores se queixaram de que os proprietários estavam a retirar das terras o gado e as máquinas, Otelo disse-lhes para ali permanecerem "com as caçadeiras" e para não recearem a acção da GNR.

"Eu tinha dito à GNR que mandei ocupar as terras no Alentejo e para ser dada a todas as GNR do Alentejo a ordem de que ninguém podia ir a mando de um latifundiário desocupar os trabalhadores que ocuparam as terras", adiantou, reconhecendo que a decisão gerou contra si "ódios por parte dos latifundiários".

Noutra ocasião, Otelo recebeu no COPCON a Mútua dos Pescadores da Costa da Caparica, que reclamava 24 casas na praia que tinham sido construídas para estes trabalhadores e suas famílias, mas foram "ocupadas por doutores, juízes e engenheiros amigos do Henrique Tenreiro [administrador das Pescas durante o Estado Novo] que tinha abafado as casas aos pescadores e dado casas de praia aos amigos".

Otelo chamou os fuzileiros para, organizados em pelotão, irem às casas dar um ultimato aos ocupantes para, no espaço de uma semana, abandonarem as casas. Caso contrário as suas coisas seriam colocadas na rua.

"Sei que tenho contra mim ódios terríveis, mas raramente tenho manifestações dessas", disse, elegendo a acusação de "terrorista", no âmbito do processo das Forças Populares 25 de Abril (FP 25), em que foi preso e condenado, como o anátema que mais o prejudicou.

"Eu, que nunca tive perspectivas nenhumas de terrorismo, que andei em luta contra o que eu classificava de terrorismo, de repetente ser classificado de terrorista... Teve um impacto enorme", disse.

Para o capitão de Abril, o fundamental do Processo Revolucionário em Curso (PREC) foi "essa demonstração de capacidade, de criatividade por parte do povo, do povo anónimo".

"O povo aí sentiu poder. Sentiu que ele, povo anónimo, tinha a possibilidade de participação. O povo entrava nas decisões. Não era 'dá cá o voto e vai-te embora, daqui a quatro anos a gente fala'. O povo participava diariamente e a vida política activa durante este período do PREC foi notável", frisou.

Otelo Saraiva de Carvalho tinha 37 anos, era major quando se deu o 25 de Abril e foi membro do Conselho da Revolução e comandante-adjunto do Comando Operacional do Continente.

Nas presidenciais de 1976, ganhas por Ramalho Eanes, foi o segundo mais votado, com 16% dos votos.

Depois de um percurso político-militar atribulado, esteve preso na sequência do caso das FP-25 de Abril (1985), organização responsabilizada por vários actos terroristas, e libertado cinco anos mais tarde, após recurso da sentença de 15 anos.

Em 1996, foi amnistiado e em 2001 absolvido.




ele aqui faz lembrar o Socas. Na maneira de falar, na trambiqueirice...



para quem não se lembra aqui está o camarada Vasco, o ditadorzinho de serviço,  a dizer que a revolução do 11 de Março não tem o apoio do povo mas não faz mal porque as revoluções são mesmo assim, primeiro não têm base de apoio... depois, depreende-se, com uma boa dose de intimidação, logo tratam de fazer a base de apoio...