Adelina Patti, nascida em 1843, foi uma soprano de origem espanhola que fez a sua carreira na segunda metade do séc. XIX. Considerada uma das maiores sopranos de sempre, dela Verdi escreveu ser a maior cantora de sempre e uma artista estupenda.
Oriunda de uma família de músicos espanhóis, era filha de um tenor e de uma soprano e fez de Inglaterra a sua base de carreira. Foi no Covent Garden que a sua carreira disparou, aos 18 anos, no papel de Amina em La sonnambula de Vincenzo Bellini, faz neste ano, 160 anos.
Durante a década de 1860, Patti possuía uma voz doce e com fáceis notas altas de uma flexibilidade e pureza incrível, sendo características perfeitas para Zerlina, Lucia e Amina, mas como Verdi notou em 1878, as suas notas baixas ganharam beleza e força com a idade.
«Os anos compreendidos entre 1859 e 1906, devem ser recordados como "O Reino de Patti", durante os quais, ela deu o seu nome, voz e lenda a uma era de música nunca antes ou depois igualada. Os discos de Patti foram feitos muito depois do seu auge, mas captam uma voz humana perfeita, clara, reveladora e surpreendentemente natural. Emocionante. Patti não estava ligada à Terra, como o resto de nós. A sua voz podia elevá-la aos céus». As gravações feitas em 1905 e 1906 são apenas lembranças ténues, deformadas e arranhadas (as gravações dessa época não conseguirem capturar a totalidade dos sons da voz) de uma gloriosa cantora, que passou o seu auge (nesta gravação de 1906, tem 63 anos) cantando com uma tecnologia ainda a dar os primeiros passos, agora com mais de um século de idade.»