Hoje gostei de ler a Mariana Mortágua (Como vão sobreviver?). Os noticiários, que já nem consigo ver por mais de 5 minutos, bombardeiam-nos massivamente com as notícias do Coronavirus Li Wenliang seguidas de discussões intermináveis sobre coisa nenhuma ou histórias de vida dos jornalistas onde choram com música operática como dizia a minha colega, mas não nos dizem nada sobre o que se passa no mundo das decisões políticas. Não sabemos se alguém anda a trabalhar para melhorar a vida política do país.
Eu, por mim, queria muito saber o que andam os deputados a fazer nesta altura. Tenho esperança que haja gente nova nos partidos que não esteja completamente agalambada aos cargos e que neste momento pense em mudanças que têm que haver no estado de coisas que nos trouxeram aqui, não à pandemia, mas aos seus efeitos que puseram a nu a estrutura precária que nos sustenta : a falta de médicos ou o excesso de médicos como tarefeiros, a faltas de enfermeiros e a precariedade do seu trabalho, bem como a falta dramática de material e de capacidade para o produzir, a precariedade económica das famílias que não têm dinheiro para um computador com internet para os filhos, num tempo em que ter um computador é como ter um par de sapatos, o preço escandaloso da internet neste país (em França paga-se 1 euro por mês, aqui 20 euros, pelo mesmo serviço), a falta de apoio à cultura, a condição precária de milares de professores que os impede de ter um computador e internet... enfim, as condições de vida precárias da maioria dos portugueses em comparação com o fausto de 70 ministros e secretários de Estado, 3 ou 4 sociedades de advogados opulentas com os dinheiros públicos, a corrupção generalizada, os desperdícios criminosos da banca, etc., etc., etc.
De modo que gostei de ler este artigo e de saber que há políticos que continuam a trabalhar e pensam nos que, neste momento, mais precisam.
Quero crer que há pessoas políticas preocupadas e dispostas a mudar este estado de coisas decadente em que estamos e gostava de saber o que pensam fazer e o que andam a fazer, de facto, porque não podemos dar-nos ao luxo, como se fossemos um país rico, de continuar a não ter bons políticos.