E não só lebres e coelhos, mas perdizes e galinholas também. Às centenas.
E não só lebres e coelhos, mas perdizes e galinholas também. Às centenas.
The sound heard from the cypress heals me from the bottom of my heart, and I am obsessed with the fragrance that it exudes. pic.twitter.com/BCPXmb9MVC
— KIDEKIWOHORU (@Yuki_Sculptor) March 13, 2023
Escrever, disse a divindade, era "uma farmakon (uma droga) contra o esquecimento, tornando os egípcios mais sábios. No entanto, o rei rejeitou-a como implantando o esquecimento nas suas almas.
Meio minuto de memória auditiva.
80s (sound on) pic.twitter.com/B2psKGkCME
— Lost in History (@LIHpics) September 6, 2022
Uma placa no centro de Madrid, lembra uma das vítimas da ETA. Parece-me uma iniciativa de mérito, essa sugerida por José Ribeiro e Castro de lembrar as vítimas que frequentemente são esquecidas em favor da lembrança dos carrascos.
roubado no FB
a José Ribeiro e Castro
... ou, falando num tom menos coloquial, a eficiência com que a memória codifica o necessário, filtra e descarta o acessório, poupando esforço e energia ao cérebro.
Uma pessoa quando é mais nova lembra-se de tudo. Lembro-me de ser capaz de identificar pessoas, personagens de livros, filmes, os nomes dos actores, enfim, ter isso tudo na ponta da língua, como costuma dizer-se (para caras nunca tive boa memória porque estou mais atenta ao que se passa dentro que ao que se passa fora). Depois, reparei, aí aos 40 anos que, assim muito de repente, queria lembrar-me do nome de uma pessoa ou falando de um filme queria dizer o nome do actor ou atriz e tinha que fazer associações mentais para lá chegar. Num primeiro momento isso incomodou-me, mas depois reparei que esse esquecimento não era acompanhado, antes pelo contrário, de um esquecimento da linguagem - até notei que a minha memória da linguagem parceria ter melhorado: não só retinha mais conceitos novos como os codificava melhor. A capacidade de encontrar a palavra ou expressão certa para a ideia que queria explicar melhorou bastante. A capacidade de reconhecer padrões de linguagem e comportamento nas pessoas e autores, reconhecer a 'voz' de cada um, melhorou bastante. A capacidade de ler também melhorou, não só na compreensão como na eficácia. Portanto, o cérebro, que é mais esperto que eu, percebeu que era difícil manter tanta informação ao mesmo tempo e percebeu, também, qual era a informação que me importava mais para a profissão e para os meus hábitos de leitura e pensamento e, fez esse salto qualitativo, sozinho.
De maneira que, não só não me preocupou esse esquecimento, como até passei a adoptá-lo conscientemente e não faço esforço nenhum em memorizar nomes de pessoas, nomes de medicamentos, nomes de actores, nomes de personagens de filmes, até nomes de alunos - tenho estratégias para não os confundir, como ter as fotografias dos miúdos e se tenho muito contacto com as pessoas (ou os medicamentos), acabo por memorizar o nome, mas não é importante, quer dizer, o que interessa observar num aluno são outras características, mentais e pessoais (como pensa, o tipo de pessoa que é) e essas é que é importante ter presente e considerar.
Desta maneira, tornei-me eficiente a destralhar o cérebro de informação que não é relevante e tornei-me muito mais eficiente na arquitectura conceptual. Concluo que enquanto novos, como a memória tem muito espaço e nós ainda não temos bons critérios de arrumação de informação, absorvemos tudo, o que faz com que, por vezes, tenhamos dificuldade em concentrar, dada o excesso de informação disponível, que distrai, mas com a idade, começamos a destralhar o cérebro de toda a informação que não nos serve e lentifica o seu funcionamento e tornamo-nos mais inteligentes, vamos direitos ao que nos interessa, o é que diferente para cada um. No meu caso são os conceitos, a linguagem verbal e não verbal.