Showing posts with label machistas. Show all posts
Showing posts with label machistas. Show all posts

October 18, 2025

As 'opiniões' da Amnistia Internacional

 


A Amnistia Internacional, que amiúde critica a Ucrânia e se põe ao lado de Putin e que é do clube dos pró-palestina contra os israelitas e contra a liberdade das mulheres, reduz o problema da escravidão religiosa islamita a uma questão de... vestuário, moda... Já Beleza foi à  TV reduzir a burka a um código de vestuário. Seria como dizer que as coleiras de escravatura devem ser permitidas porque se as proibirmos temos que proibir os colares de bijuteria...
Ficamos sem perceber se recebem alguma coisa para se fazerem de cegos, ignorantes e idiotas ou se o são mesmo. Ou se são apenas machistas habituados, sobretudo os da religião, a achar normal a servidão das mulheres aos homens. Alguns até falam em as mulheres andarem de burkas por 'vontade livre', como se nunca tivessem ouvido falar da obrigação das raparigas usarem esses instrumentos de escravidão desde os sete anos de idade, das penas pesadas da lei da sharia para quem não as cumpre e da doutrinação a que são sujeitas na religião do ódio, desde que nascem e de como as comunidades islâmicas têm o uso desses vestuários de servidão como prioridade sob pena de prisão e até de morte, segundo a lei da porcaria, digo, da sharia.
Um outro exemplo do efeito da doutrinação: na Argentina, o vigário auxiliar do Opus Dei, o segundo no comando da organização, Monsenhor Mariano Fazio, é réu num caso que envolve tráfico humano e redução à servidão de 43 mulheres e que já tinha, anteriormente, acusado quatro padres.
As autoridades da Opus Dei recrutaram 43 crianças e submeteram-nas a um regime de semi-escravidão nas suas residências com doutrinação que acompanhou o seu crescimento até à idade adulta. O caso não foi descoberto por elas se queixarem mas por questões de discrepâncias nas declarações ao fisco. 
A acusação refere um sistema de «doutrinação e manipulação psicológica» com «regras de vida», incluindo a obrigação de castidade, o rompimento dos laços familiares e sociais, exames de saúde periódicos e a administração de medicamentos psiquiátricos, aos quais tinham de obedecer sob ameaça de punição.
A Amnistia Internacional, que há muito perdeu a credibilidade por se posicionar, amiúde, ao lado dos algozes contra as vítimas, tem direito a artigos de manipulação em jornais nacionais, assim como os machos -até os assumidamente tóxicos, segundo li no jornal- que defendem a escravidão das mulheres, 'para bem delas e da sua liberdade de escolha de viverem num mundo de submissão aos homens'.
Outro que desvaloriza os direitos das mulheres é o líder do PCP, esse partido pró-Putin e anti-mulheres (uma coisa implica a outra): o-povo-esta-a-ser-entretido-com-discussoes-sobre-caras-tapadas-ou-destapadas. A cultura de macho atravessa todo o espectro político.
A mim, já só me falta ver as Mortáguas, a Ana Gomes e outras mulheres da esquerda dos direitos humanos virem a público defender as viturdes da burka, abayas e quejandos na vida e liberdade das mulheres.


Proibição de véus é discriminatório e inconsequente: "Nenhum político deve ditar o que uma mulher pode ou não vestir", diz a AMI

April 21, 2025

A mentalidade macho-trumpista vive nos homens de todo o mundo e impede uma visão clara dos problemas

 


Macron quer-se afirmar como grande líder europeu e é ele que vai discutir com os americanos, por exemplo. Ursula von der Leyen não se sabe onde anda, de vez em quando faz um discurso ou apresenta um casaco novo.

António Mendonça in Sol

May 27, 2024

O PS promove a discriminação salarial das mulheres



Isto não é um preconceito pior que chamar mandriões aos turcos, já que vem acompanhado de uma degradação de qualidade de vida? 


Trabalho igual, salário desigual: as razões de uma demissão na direção do PS

Joana Sá Pereira tinha funções de administração no PS e queria um salário igual a um anterior administrador. Recusaram-lhe - e bateu com a porta.

Razões de injustiça salarial dentro do PS. Foi este o argumento que a ex-deputada Joana Sá Pereira, em tempos muito próxima de Pedro Nuno Santos, invocou para a se demitir do Secretariado Nacional (SN) do PS - notícia que o Expresso avançou sábado à noite. Trata-se – que se saiba – da primeira baixa na equipa dirigente que rodeia o secretário-geral do PS.


April 29, 2024

Os 'incels' não são apenas celibatários involuntários

 


São rapazes que se queixam de não conseguirem mulheres bonitas por não corresponderem ao estereótipo do alfa macho: alto, bem constituído, atlético, traços bonitos ou atraentes; no entanto, eles próprios não querem ter namoradas ou relacionamentos com mulheres que não correspondam ao estereótipo de barbie. Não consta que as mulheres que não correspondem ao estereótipo da aparência de barbie tenham grupos a odiar homens que não olham para elas como desejáveis por causa disso. Portanto, são indivíduos fúteis e educados naquele narcisismo machista que até há pouco tempo era normal de dizerem aos rapazes que as mulheres eram conquistas, como se fossem territórios. Não vêem as mulheres como seres humanos, mas como suprimentos.

Penso, embora não tenha dados para o afirmar, que a educação afectiva e sexual dos rapazes (e das raparigas mas em menor número) que hoje em dia é feita pela pornografia a que acedem no telemóvel, logo desde os 11 anos (em média) é muito responsável pela maneira como os rapazes olham para as raparigas. Interiorizam a ideia que a pornografia corresponde a relações sexuais, que a sexualidade corresponde àquela violência sobre as mulheres que a pornografia normaliza e que todas as mulheres são mais ou menos prostitutas. Depois se juntarmos a isto uma educação tradicional machista, temos rapazes revoltados por as mulheres não estarem disponíveis como naqueles vídeos. Lá está, não vêem as mulheres como seres humanos, mas como suprimentos.

Outro dia, porque vinha a propósito de qualquer coisa que já não lembro, disse, numa turma do 10º ano, que tinha lido uns artigos sobre estudos que têm sido feitos e que revelam que os rapazes e os jovens adultos têm problemas de sexualidade com as namoradas, próprios de homens de 50 anos, por causa do consumo excessivo de pornografia desde muito novos. Vi o ar de pânico na cara de vários alunos.

Não percebo como ainda não se percebeu que os telemóveis enquanto educadores, são catástrofes anunciadas. Não percebo porque não há campanhas a esclarecer e consciencializar os pais dos perigos que representa por um telemóvel nas mãos dos filhos, desde crianças e deixar que sejam educados por redes sociais estupidificantes ou perigosas. Ainda percebo menos os pseudo-pedagogos que mandam na educação virem defender o uso indiscriminado e desregrado dos telemóveis na educação e depois espantarem-se das consequências em termos de desinteresse em geral pelo estudo.

Pergunto a mim mesma se todas estas pessoas achariam normal levar os filhos, todos os dias para um bordel (daqueles tipo holandês que até bestialidade oferecem) e deixá-los assistir a tudo o que lá se passa, porque é isso que fazem quando põem telemóveis com acesso à internet nas mãos dos miúdos, desde crianças.


Nos fóruns de incels, os homens fantasiam sobre matar as mulheres que não conseguem conquistar


São “celibatários involuntários” que não conseguem ter relações com mulheres e que, por isso, as odeiam. Na Internet, o discurso ganha contornos violentos e que se associam à extrema-direita.

Foi assim que nasceu o João, a personagem que inventei para entrar no mundo dos incels, os homens involuntariamente celibatários, que se definem pela incapacidade de terem relações, sexuais ou românticas, porque a) se consideram “sub-humanos”; ou b) consideram que as mulheres não prestam. Qualquer uma tende a levar ao mesmo caminho: ódio e incitamento à violência contra “as fêmeas”, como se referem às mulheres. E, spoiler alert: se o João existisse, poderia perfeitamente ter-se rendido ao discurso radicalizado desta comunidade no final da experiência.

Por esta altura, o João ainda está longe de entrar nos fóruns onde se incentiva, por exemplo, a violação de todas as mulheres. Mas já está, sem saber, a consumir a ideologia redpill, que faz parte da manosfera (conjunto de sites e redes sociais onde são promovidos ideais misóginos) ​e consiste na adopção de uma masculinidade dominante e exacerbada que quer recuperar a hegemonia masculina. Já lá vamos.

Do TikTok salto para o Reddit, onde escrevo “incel” na barra de pesquisa. Encontro pouco mais do que um subreddit (nome dado às comunidades dentro do Reddit) chamado IncelsExit, onde homens que outrora se identificaram como celibatários involuntários partilham agora vitórias e palavras de incentivo.

Contou-me que está actualmente na Força Aérea dos Estados Unidos e nasceu numa zona “muito conservadora e religiosa” no sul do país. As crenças incel começaram a fazer parte da sua vida quando tinha “11 ou 12 anos”: “O meu pai nunca estava em casa e a minha vida era algo instável. Tinha muitos problemas de auto-estima e dismorfia corporal. Estas questões, aliadas à puberdade, ao ser baixo e, ao mesmo tempo, sentir-me cada vez mais interessado em relacionamentos, levaram a que sentisse desprezo por mim próprio e sem esperança de conquistar alguém. Isto tudo transformou-me lentamente num incel.”

A ideologia incel parte da premissa de que “o feminismo foi longe de mais e que a situação só pode ser melhorada com a reversão dos direitos das mulheres”, continua. Dentro desta ideia, há diferentes ramificações. Uma delas é a blackpill, a visão determinista e fatalista que defende que todos os homens que não são atraentes estão, à partida, condenados a serem rejeitados, porque as mulheres atraentes e inatingíveis (a quem chamam Stacy, numa tentativa de as caricaturar) irão sempre escolher um Chad, os homens bem-parecidos.

Os incels descem, neste universo, à condição de “sub-humanos”, condenados à solidão e ao desprezo por culpa das suas características físicas. As mulheres são tidas como criaturas fúteis e cruéis, que nunca se irão interessar por um homem fisicamente desinteressante, independentemente das outras qualidades que possa ter. Estão, então, a “privar os incels do direito básico que acreditam ter à partida, pelo seu estatuto masculino, que é fazer sexo”

Pelas minhas deambulações, confirma-se, salvo esporádicas excepções. Como um utilizador, chamemos-lhe William, que parece fazer sua missão a publicação das 141 páginas do manifesto de Elliot Rodger, uma espécie de “herói incel” que em 2014 assassinou seis pessoas e feriu outras 14, antes de se suicidar.

No manifesto que partilhou antes do ataque, Rodger mencionou questões de saúde mental, o seu desprezo por mulheres e a sua frustração por, aos 22 anos, nunca ter tido relações sexuais ou beijado uma rapariga. Descreveu-se como um “cavalheiro magnífico e ideal”. Chamou ao dia em que cometeu os homicídios o “Dia da Retaliação” e disse não ter “qualquer alternativa que não vingar-se da sociedade”, que lhe “negou” sexo e amor.

Tentei conversar com o William, que, além de partilhar página a página o manifesto, vai escrevendo coisas como “recuso-me a acreditar que as mulheres merecem os mesmos direitos que nós”, “mostrar respeito por algo que nasceu para te servir é nojento”, ou desabafos sobre a própria vida, geralmente num tom depressivo.

As ligações à extrema-direita

Entra a redpill. O termo é uma referência à cena do filme Matrix, em que o protagonista é convidado a escolher entre o comprimido azul, que o manteria preso ao mundo ilusório, ou o vermelho, que lhe daria consciência da realidade.

Seguindo esta lógica, os defensores da redpill dizem que só “tomando o comprimido vermelho” é que podem “despertar” da “manipulação” dos movimentos feministas. O resultado: uma comunidade de “machos alfa”, que querem desfazer as conquistas rumo à igualdade de género.

(...)

Em Portugal, há quem tente imitar Andrew Tate. É o caso do youtuber João Barbosa, mais conhecido por Numeiro, que deseja, no X (antigo Twitter), “feliz dia das mulheres aos homens que vão no passageiro com a namorada a conduzir” e que defende que “mulheres comprometidas não deviam ter Instagram, [porque] carro que não está para venda não está no stand”.

Foi aos 14 anos que Brad entrou nestas comunidades. Diz ter encontrado “pessoas que entendiam” os “problemas e medos de um adolescente vulnerável”, mas rapidamente passou a “pensar em ideias incel constantemente”. Se visse uma mulher, “assumia imediatamente” que ela o julgava pela aparência ou que “era uma prostituta”. E ainda que não exteriorizasse o seu ódio, assume que era “frio e rude” com qualquer mulher heterossexual, já que “subconscientemente as via como potenciais parceiras” que não conseguia conquistar.

O que fez Brad deixar de ser um incel? A resposta simplista que tentei adivinhar: “Uma namorada.” A resposta verdadeira: “Tempo e uma tentativa de suicídio.”