Os indivíduos foram expulsos do país há 500 anos e perderam tudo o que tinham. Passados 500 anos o país quer, dentro do possível, fazer alguma justiça e permite que voltem a ser portugueses. Exige provas de descendência, o que já de si não é fácil, mas se o conseguirem ainda vão ter que provar que nestes 500 anos se mantiveram fiéis à língua portuguesa e que tinham laços com o país? A propósito de quê, se os antepassados foram vergonhosamente expulsos daqui?
Isto é o mesmo que, numa família, alguém embirrar com um dos filhos. expulsá-lo da casa e deserdá-lo. Passadas muitas gerações alguém da família quer reverter, dentro do possível, aquela injustiça e deixa em testamento herança aos descendentes do expulso. Quando os descendentes vêem tomar posse da herança, dizem-lhes que só a levam se mostrarem que durante todas as gerações em que estiveram proibidos de fazer parte da família, tivessem mantido fidelidade e aliança com os que os expulsaram.
Mas isto faz algum sentido? Vamos fazer justiça, mas só se vocês provarem que gostam muito de nós e nunca deixaram de gostar de nós durante estes 500 anos? Que raio de justiça é esta? E não estamos a falar da mesma situação dos mouros que também expulsámos porque com os mouros tivemos uma guerra feroz e vencemos a guerra mas os judeus sefarditas, eram portugueses, viviam aqui pacificamente e contribuíam positivamente para o país.
O que se passa aqui, que não estamos a perceber? Quem está a fazer pressão para que os judeus sefarditas não regressem? E com que objectivo oculto? Agora mudaram a lei para banho-maria para ver se desaparece das notícias e depois, à socapa, quando ninguém estiver a ver aprovarem uma indignidade qualquer que interessa a alguém que tem peso suficiente para conseguir esta indecência que estamos a ver?
Alteração da lei da nacionalidade para judeus sefarditas adiada, entre dúvidas e críticas
Os contributos da CIL e da CIP serão tidos em consideração para a análise desta proposta, cuja discussão na especialidade, na Comissão de Assuntos Constitucionais, foi esta quarta-feira adiada, não havendo ainda uma nova data marcada.