Indivíduos que estão habituados a dizer às mulheres, no contexto das suas comunidades católicas, sem contestação, qual deve ser o seu projecto de vida, como devem servir a sociedade através da procriação, que limites devem impor-se sob a supervisão dos homens, como deve ser a sua vida sexual, qual deve ser o seu estatuto e lugar próprios, atribuídos por Deus, etc., não estão à espera de ser criticados. Sobretudo se vivem numa bolha, alienados do resto da sociedade.
O aproveitamento político é deles que, sendo pessoas com muito poder dentro do partido do governo, estão a aproveitar-se da oportunidade para tentarem fazer retroceder os direitos das mulheres a tempos anteriores ao 25 de Abril. Isto no ano em que se comemoram os 50 anos.
Se os governos desde Sócrates até agora não nos tivessem deixado tão pobres e incapazes de segurar os jovens, estes conversas nem existiam. Vemos que nos países mais ricos do Norte da Europa estas conversas não existem porque as mulheres têm o mesmo estatuto político que os homens e muito pouca diferença salarial. Aqui põem-se porque aproveitam as mulheres serem o grande exército de desempregados e ganharam muito menos que os homens para pressioná-las a submeterem-se a machismos retrógrados.