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August 26, 2021

Missas onde se promove a ideia de que as mulheres devem ser submissas aos maridos

 



Sempre que se cita essa passagem da epístola  de S. Paulo vem sempre alguém defender que São Paulo, na sua época era muito à frente. Pois devia ser, mas nesta época em que estamos é muito atrás, arcaico mesmo. Se a citação dissesse o oposto, 'Homens sejam submissos a suas esposas, como ao Senhor, pois a mulher é a chefe do marido, como Cristo é o chefe da Igreja” , há muitos séculos que isso não era lido ou, talvez, nunca tivesse sido escolhido para ser lido.

Não defendo que se apague isso da Bíblia, embora esta não seja uma mera obra literária pois funciona como uma Constituição para os crentes cristãos que lhe obedecem. 
No entanto, a Bíblia tem muitos textos e princípios que não são escolhidos nem lidos e esse podia ser um deles. Por exemplo, aqueles que ordenam que para se divorciar da mulher o homem tem que vendê-la a outro, ou que morto o marido, o irmão deve tomar o seu lugar na cama da mulher dele (para ficar tudo em família) ou o que defende que a mulher não pode dispor de seu corpo porque ele pertence ao marido, ou que diz não se poder arredondar o cabelo ou a barba ou fazer tatuagens ou o outro onde as mulheres são proibidas de ensinar e que na aprendizagem têm de ouvir em silêncio e que não podem usar ouro a rezar e mais mil e uma regras. Porque não se lêem esses textos nas missas? Porque nunca são escolhidos para ser lidos? Porque são considerados completamente ridículos nos tempos que correm. Os padres fazem homilias baseados nos textos que escolhem ler. O que diriam a partir desses textos? Para as raparigas irem para as escolas e ficarem em silencio submisso? Que devia despedir-se as mulheres professoras? Ridículo... Então, porque se escolhe o outro que manda as mulheres serem submissas aos homens e reconhecerem neles os seus chefes? Porque, como é evidente, os padres das igrejas não os consideram nada ridículos, muito pelo contrário, acham-nos muito actuais.  Isto mostra o desfasamento da igreja com a realidade e um desprezo pelo ponto de vista das mulheres que são metade dos crentes.

E não venham argumentar que a religião não é uma democracia porque sabemos bem que é uma ditadura de machos: escolheram os livros a integrar os evangelhos, os da Bíblia, deturparam os textos com traduções à medida dos seus interesses machistas, fizeram concílios onde inventaram regras e leis machistas que não vêm em lado nenhum, escreveram obras a demonizar as mulheres, etc.

Portanto, ridícula é a obsessão das igrejas em explorar, submeter, humilhar, silenciar, controlar de todas as formas, subalternizar e, em alguns países, escravizar e matar mulheres.

Hoje li que os isrealitas estão muito chateados com o Papa e querem explicações por ele ter dito que os livros da Tora -os primeiros livros da Bíblia que os judeus reconhecem e aceitam- são apenas leis e que não produzem vida. Os israelitas estão chateados porque isso é o mesmo que dizer que a sua religião é arcaica e já não faz sentido. Pois a mim o que me parece é que essa afirmação do Papa é um bocado, 'diz ao roto ao nu'...


A polémica ganhou asas após a leitura da Epístola de São Paulo aos Efésios em direto na Eucaristia Dominical da RTP, cuja passagem – não na íntegra – aqui reproduzimos: “As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja” ou “assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos”. Faz sentido, em 2021, o Estado patrocinar uma plataforma que transmita conteúdos como este? E o que quer isto dizer? Deverá ser lido como uma metáfora, ou deverá ser lido à letra?