É difícil pensar que passaram já passaram mais de 6 anos desde que desapareceu. Vivemos num tempo extraordinário em que podemos continuar a ouvir as pessoas mesmo depois de desaparecidas. É um grande privilégio que os nosso antepassados não tiveram.
Esta prestação é de 1989 e a do post anterior é de 2017. 28 anos as separam. Nota-se no poder da voz, na frescura e ressonância. Enche a casa toda. Na outra prestação anterior a voz é mais suave e aveludada. Mais educada. Maturada. Mas não tem esta vitalidade nervosa e excitante que vem lá do fundo e desmaia.
Ouvi-o cantar na Gulbenkian lá pelo ano 2000, num concerto com uma soprano russa que de repente não recordo o nome. Assim a 10 metros dele. Ainda tinha esta voz. Uma coisa selvagem, sei lá.
Como é que a natureza produz estas pessoas e depois as atira para o caldeirão do nada como se fosse tudo igual? Não faz sentido.
Aqui a cantar, Noites de Moscovo, com um charme na voz encantador.
E aqui a cantar aquela ária lindíssima da Rainha de Espadas. Voz tão bela. Tanta paixão...
(Sou só eu que tenho uma cena qualquer na cabeça que reage à música de maneira visceral? Se ouço músicas tristes fico triste, se ou músicas energéticas fico energética, se pouco músicas alegres fico alegre, se ouço músicas apaixonadas como estas fico emocional e por aí fora?)