Filinto Lima e muitos directores que já não dão aulas há décadas ou têm uma turma e não sabem o que é ter cinquenta e tal anos ou sessenta e dar seis aulas seguidas de manhã e mais duas à tarde e depois ter reuniões em escolas degradas, não climatizadas, a terem de subir e descer escadas todo o dia, sem uma sala decente para trabalhar ou apenas para fazer uma pausa, sem um bar decente e depois ir para casa, que pode ser a 300 km de distância preparar aulas, elaborar testes, classificá-los, preparar visitas de estudo, projectos, etc. queixam-se, não de terem sobrecarregado os professores de tal maneira que aos 50 anos têm problemas de saúde próprios dos 60 ou 70, mas dos médicos não serem umas bestas e fingirem que não vêem o seu estado de saúde.
O trabalho de um professor não se passa sentado num escritório climatizado em frente de um computador, como fazem os Filintos, nem em edifícios como as universidades com gabinetes e condições cómodas de trabalho que não fazem explodir os potenciais problemas de saúde de pessoas que, pela sua idade, já têm propensão para os ter. Não, a maioria deles trabalha em más condições e com enorme sobrecarga de trabalho que aprofundam os problemas de saúde próprios das idades em que estão a maioria dos professores.
Este facto devia servir para o Filinto e companhia (directores) reflectirem sobre os prejuízos que o abuso dos professores causa, na saúde dos professores e nas escolas, a médio e longo prazo. Mas não, em vez disso queixam-se de os médicos serem honestos e pede para que não se enviem as pessoas aos médicos, como se faz nas outras profissões, para se poder continuar a abusar ainda mais de pessoas já doentes, que deram dezenas de anos de vida de excesso de trabalho pelos alunos e pelas escolas.
Filinto e os tais diretores, pessoas que ao longo dos anos foram cúmplices dos ministros que destruíram a profissão, são pessoas que pensam que os seres humanos, sendo professores, devem trabalhar como bestas até à morte, com doenças incapacitantes, sem direitos, para não arranjarem problemas aos que arranjaram o problema em primeiro lugar.
Médicos cortam horários a professores e forçam escolas a refazer planos
Três semanas após o arranque do ano letivo e num momento em que há grupos de recrutamento com listas quase esgotadas, os diretores estão a ser forçados a lançar contratações para substituir professores que foram a consultas de medicina do trabalho e ficaram com horário reduzido ou dispensados de dar aulas. Há escolas que tiveram de lançar cinco horários, outras mais de 30. É um rastilho de pólvora que pode agravar a falta de docentes em todo o país, alerta o presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima.
Médicos cortam horários a professores e forçam escolas a refazer planos
Três semanas após o arranque do ano letivo e num momento em que há grupos de recrutamento com listas quase esgotadas, os diretores estão a ser forçados a lançar contratações para substituir professores que foram a consultas de medicina do trabalho e ficaram com horário reduzido ou dispensados de dar aulas. Há escolas que tiveram de lançar cinco horários, outras mais de 30. É um rastilho de pólvora que pode agravar a falta de docentes em todo o país, alerta o presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), Filinto Lima.
No comments:
Post a Comment