September 21, 2025

Ontem fui ouvir 'Carmina Burana'

 



Foi a abertura da temporada 2025-2026, do Teatro Nacional de São Carlos que, estando ainda em obras, faz as representações em várias salas de Lisboa. Esta foi no Teatro Camões.

"A Carmina Burana é a mais célebre obra do compositor alemão Carl Orff. Composta entre 1935 e 1936, em pleno Terceiro Reich, esta cantata alcançou um sucesso imediato desde a sua estreia absoluta na Ópera de Frankfurt, em 1937. Orff integrou o grupo de compositores que, defendendo a separação entre arte e política, permaneceram ativos na Alemanha durante o domínio nazi.
Carmina Burana tem por base um conjunto de poemas medievais redigidos em latim e em variantes antigas de alemão e francês. Da sátira social ao erotismo celebram os prazeres da vida. 
A estrutura da cantata assenta numa sucessão de canções, algumas de estilo folk ou evocativas do canto gregoriano, que exploram ao máximo os recursos expressivos de uma grande orquestra e de um coro sinfónico, exigindo ainda notável versatilidade de três cantores solistas."

Dos 250 poemas, Orff escolheu 24 para musicar. Tem partes repetitivas, mecânicas, outras de um ritmo primitivo, outras de imensa languidez. Mistura sons medievais com sons modernos. Está dividida em 3 secções:


Primo vere --- Na Primavera.
Aqui temos poemas sobre a simplicidade pastoral, o encontro do homem com a natureza e como as estações trazem o amor.

In Taberna --- Na taberna
A Parte II trata do vinho. A atmosfera barulhenta irrompe com canções de bebedeira e hinos ao jogo e à devassidão.

Cour d'amours --- A corte do amor
A seção final descreve as paixões de homens e mulheres com o tema de que os sentimentos sexuais naturais devem ser expressos livremente.

Orff conclui Carmina Burana como começou, com O Fortuna, a roda completa o seu ciclo. Todos os sentimentos e esforços mesquinhos do homem estão nas mãos inconstantes do destino.

Para quem quiser ler os poemas: https://www.good-music-guide

Fica aqui uma aria lindíssima da obra, menos conhecida, na belíssima voz de Lucia Popp: 




2 comments:

  1. Eu que não morro de amores por óperas e altos decibéis, achei esta ária bonita. Obrigada.

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