Imagine que o seu filho é levado da escola ou de casa por um exército estrangeiro [inimigo]. Não sabe onde ele está. Sem um telefonema. Sem uma despedida. Semanas depois, vê a foto dele num site ligado ao governo do inimigo — listado com um nome falso, descrito como um produto: «calmo», «obediente», «olhos azuis». Alguém do outro lado da fronteira está a navegar, a decidir se o leva.
Isto não é um mau sonho. É a realidade para milhares de famílias ucranianas.
A Rússia criou uma plataforma online onde os utilizadores podem «escolher» crianças ucranianas raptadas dos territórios ocupados.
O chamado «catálogo» permite filtrar as crianças por foto, sexo, cor dos olhos e cabelo e descrições de personalidade. As crianças estão efectivamente a ser exibidas como mercadoria. Isto não é apenas deportação — é tráfico humano sistemático, com todas as características da escravidão digital sancionada pelo Estado.
Tais ações da Federação Russa são uma violação directa do direito internacional humanitário, da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e do Estatuto de Roma. São crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Mais uma vez, a Rússia prova que não é apenas um Estado terrorista. Opera como um Estado de traficantes de seres humanos. No século XXI.
Bohdan Krotevych
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