Li que todos os anos morrem quase um milhão e meio de pessoas em acidentes de carro, fora os que ficam com graves problemas para a vida e, geralmente, a causa é erro humano. Parece uma óptima ideia desenvolver carros que guiam sozinhos, com recurso a IA, sem necessidade de humanos, que evitem tanta desgraça a tantas famílias.
Para ter esses carros a guiar sozinhos, é necessário ter estradas ou carris ou o que seja adaptados a esse tipo de carro e condução. No dia em que todos andassem nesses carros, provavelmente haveria perto de zero acidentes, mas estaríamos todos condicionados a uma estrada e a uma paisagem. Não seria economicamente rentável (e o dinheiro agora sobrepõe-se a tudo) fazer estradas ou adaptar caminhos difíceis ou pouco frequentados a esse tipo de carros. Dado que as pessoas deixariam de aprender a guiar, já não seria possível, ou seria muito difícil, desviar-se dessas norma, dessa mesmidade e explorar caminhos diferentes.
Este é um dos perigos da IA. Constrói uma vida e uma experiência de vida mediana/mediocre para todos ou quase todos, talvez mais segura, mas reduzida e condicionada.
Já se vê isso um bocadinho na China. Como têm a aplicação da IA de reconhecimento de rosto normalizada, se acontece uma pessoa passar fora da passadeira ou, pior, passar no encarnado (suponha que não vêm carros), o rosto é imediatamente projectado num ecrã gigante com letras grandes a dizer, 'criminoso', como paga multa e, se for reincidente, pode acontecer ficar limitado a andar apenas num dos lados da rua, proibido de atravessar. Pode acontecer que numa avenida só se possa caminhar num sentido como se fossemos automóveis, para facilitar as aplicações de IA.
Não vejo os políticos e outros em lugares de liderança preocupar-se com o lado negativo da IA.
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