Maioria dos partidos com assento parlamentar defende mais limitações e regras para telemóveis e redes sociais em escolas e a alunos até ao 2.º ciclo. No Debate das Rádios, que teve lugar a 5 de maio, o líder da IL, Rui Rocha, considera que não se trata de uma matéria de Estado. Este “não se deve substituir ao papel das famílias, dos educadores e das comunidades escolares, é uma decisão de quem tem a supervisão e obrigação de educar as crianças”. André Ventura, pelo Chega, opõe-se à medida por “não querer contribuir para limitar o acesso à liberdade nem acesso à informação, em Portugal, nem às redes sociais”. JN
O Estado não deve substituir-se ao papel das famílias? Quem senão as famílias põe telemóveis nas mãos dos filhos desde quase que nascem, com livre acesso a redes sociais imbecilizantes e nocivas para a saúde mental, sites e jogos de violência e de pornografia? Desde quando isso tem que ver com liberdade de acesso a informação? Porque se proíbe a venda de açúcar nas escolas, aos alunos: bolos, chocolates, batatas fritas, coca-colas, etc.? Isso não viola o direito das famílias a decidir encher os filhos de doces, fritos e açúcar? Se o Estado não pode substituir-se às famílias em matéria de educação, então não é possível haver educação pública, porque toda a decisão pedagógica implica alguma substituição às famílias. Ok, bate certo com o projecto da IL e do Chega de destruir a educação pública e pô-la na mão dos privados com prioridade à Igreja.
Desde quando a submissão às plataformas de gigantes tecnológicos que vivem da manipulação e do vício de pessoas a sites de entretenimento violento e imbecil para fazer lucro é uma questão de acesso a informação? Em que mundo vivem estas pessoas?
Quanto a mim, proibir o acesso a redes sociais e a sites de violência e pornografia até ao 2º ciclo é pouco. Os miúdos com 12, 14 ou 16 anos não têm maturidade para exercer uma liberdade consciente acerca dos prejuízos duradouros que sofrem à conta desses sites e redes sociais. Para não falar nos prejuízos para o Estado em questões de extremismo e violência, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de integração social, misoginia, violência contra colegas, professores e funcionários, etc. Tudo isto em nome de quê? Da liberdade de aceder a sites de suicídios, violações e espancamentos? Demos confiar que as famílias têm essa maturidade? Só que os números mostram claramente que não a têm e que não controlam os filhos - quem os controla são justamente essas redes sociais e esses sites perigosos. Se as famílias fossem pessoas informadas, responsáveis e conscientes não precisávamos da CPCJ.
Passo muito tempo em salas de espera de hospitais privados. Nunca vi um único caso de pais com filhos em que estes estejam sem um telemóvel nas mãos, desde a mais tenra idade - 2 anos ou até menos. Completamente imersos nos telemóveis, tablets e PSPs, em muitos casos com o som ligado, na maior falta de respeito por todos os outros que ali estão, com a plena cumplicidade inconsciente dos pais. Às vezes os pais mandam-nos desligar o som e levam respostas tortas e até encontrões. Depois põem estes miúdos nas mãos de professores, com autorização de usar telemóveis e de faltar quando querem e esperam que façamos deles crianças curiosas, activas na aprendizagem e com interesse em aprender, capazes de resistir a frustrações, capazes de perseverar em assuntos que requerem concentração e esforço, cidadãos respeitadores e pessoas livres e autónomas. Até nos dizem para reduzir o ensino a um entertenimento imbecilizante como o das redes sociais para que a sua educação não provoque uma ruptura nesse vício de constante entretenimento, auto-indulgência e recompensa imediata. Depois dizem que os professores não prestam porque não são capazes de transformar miúdos que chegam às escolas já viciados e imbecilizados por opção dos pais, em pessoas não imbecilizadas e de pensamento crítico.
O Chega e a IL têm sobre este assunto opiniões absurdas e irracionais baseadas em slogans vácuos de conteúdo e completa ignorância da realidade do desenvolvimento infantil e adolescente. Total alheamento da realidade.
Quanto a mim, proibir o acesso a redes sociais e a sites de violência e pornografia até ao 2º ciclo é pouco. Os miúdos com 12, 14 ou 16 anos não têm maturidade para exercer uma liberdade consciente acerca dos prejuízos duradouros que sofrem à conta desses sites e redes sociais. Para não falar nos prejuízos para o Estado em questões de extremismo e violência, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de integração social, misoginia, violência contra colegas, professores e funcionários, etc. Tudo isto em nome de quê? Da liberdade de aceder a sites de suicídios, violações e espancamentos? Demos confiar que as famílias têm essa maturidade? Só que os números mostram claramente que não a têm e que não controlam os filhos - quem os controla são justamente essas redes sociais e esses sites perigosos. Se as famílias fossem pessoas informadas, responsáveis e conscientes não precisávamos da CPCJ.
Passo muito tempo em salas de espera de hospitais privados. Nunca vi um único caso de pais com filhos em que estes estejam sem um telemóvel nas mãos, desde a mais tenra idade - 2 anos ou até menos. Completamente imersos nos telemóveis, tablets e PSPs, em muitos casos com o som ligado, na maior falta de respeito por todos os outros que ali estão, com a plena cumplicidade inconsciente dos pais. Às vezes os pais mandam-nos desligar o som e levam respostas tortas e até encontrões. Depois põem estes miúdos nas mãos de professores, com autorização de usar telemóveis e de faltar quando querem e esperam que façamos deles crianças curiosas, activas na aprendizagem e com interesse em aprender, capazes de resistir a frustrações, capazes de perseverar em assuntos que requerem concentração e esforço, cidadãos respeitadores e pessoas livres e autónomas. Até nos dizem para reduzir o ensino a um entertenimento imbecilizante como o das redes sociais para que a sua educação não provoque uma ruptura nesse vício de constante entretenimento, auto-indulgência e recompensa imediata. Depois dizem que os professores não prestam porque não são capazes de transformar miúdos que chegam às escolas já viciados e imbecilizados por opção dos pais, em pessoas não imbecilizadas e de pensamento crítico.
O Chega e a IL têm sobre este assunto opiniões absurdas e irracionais baseadas em slogans vácuos de conteúdo e completa ignorância da realidade do desenvolvimento infantil e adolescente. Total alheamento da realidade.
Tem a Beatriz muita razão. A sua conversa emparelha muito bem com a opinião - pública, é claro - do professor António Carlos Cortez. Por mim, dou razão a ambos.
ReplyDeleteNão conheço a opinião desse senhor.
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