- António Barreto in Um dia para a história, Publico
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Sempre houve promoção dos dirigentes partidários: Cunhal, Sá Carneiro. Mário Soares, Guterres, Cavaco Silva, Sócrates, PPC, Portas, Costa... Os dirigentes imprimem uma dinâmica e uma sensibilidade de acção própria aos partidos que é impossível evitar: mais à direita, mais à esquerda, mais ideológica, menos ideológica, etc. Agora, se fossem pessoas com espírito democrático, não deixavam que essa dinâmica anulasse todas as vozes contrárias e isso é que destrói os partidos enquanto instituições ao serviço do país.
Há muito tempo que o PS é um partido com acidez interna que resulta em intolerância e obstrução, de facto, a forças divergentes. Mas isso não se aplica aos outros partidos todos. Os dirigentes políticos mal se falarem e serem deselegantes, para não dizer vulgares uns com os outros é uma infelicidade que tem vindo a crescer por culpa dos próprios partidos extremarem as suas posições com o fito de capitalizarem apoiantes pelo ódio e pelo medo. É uma estratégia anti-democrática em crescimento.
O grande problema, em meu entender, é o crescimento generalizado de um espírito anti-democrático e da validação de autoritarismos. Por isso digo que há aqui no país muitas personalidades políticas ou da vida pública que parecem pães diferentes mas são farinha do mesmo saco.
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