Fantasmas entre os filósofos
Estas palavras não foram publicadas nas páginas de um obscuro jornal ocultista ou declaradas numa conferência secreta de parapsicologia. Não foram escritas por um espiritualista vitoriano ou por um participante numa sessão espírita. De facto, o seu autor é Alan Turing, o pai da ciência da computação, e aparecem no seu artigo seminal Computing Machinery and Intelligence (1950), que descreve o “jogo de imitação” (mais conhecido como o “teste de Turing”) concebido para determinar se a inteligência de uma máquina podia ser distinguida da de um humano.
O artigo começa por estabelecer a agora famosa experiência de pensamento: um humano, uma máquina e um observador que faz perguntas. Se o observador não conseguir descobrir qual é qual com base nas suas respostas, a máquina passou o teste: a sua inteligência é indistinguível da de uma mente humana. A maior parte do artigo aborda várias objecções contra a experiência, provenientes da matemática, da filosofia da mente ou dos cépticos em relação ao poder dos computadores.
Porque é que Turing sentiu a necessidade de falar sobre telepatia? Porque é que ele considerava a percepção extrassensorial uma objecção séria à sua experiência de pensamento? E o que dizer da sua peculiar menção a fantasmas?
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