February 10, 2025

Uma péssima decisão do Conselho de Educação

 


Uma medida que não ajuda os alunos, desvaloriza o sistema educativo público (será essa a intenção?) e apenas contribui para que não se saiba que os alunos vão passando de ano em ano sem sequer saberem ler, mais a mais, agora que não há professores e os que entram são de uma área qualquer a ensinar outra e não têm nenhuma formação para o ensino. 

Portanto, só vejo esta medida como uma máscara das consequências de mais de uma dezena de anos de políticas educativas desastrosas que, em primeiro lugar, desrespeitam o direito dos alunos a aprendizagens de valor para a sua vida, pessoal e profissional e para o país. 

Já agora os alunos chegam ao 10º ano sem nunca terem tido uma positiva a matemática e sem saberem ler, dado que os exames existem e eles tiram 10% nos exames, mas na prática não interferem nas notas. Pois agora nem vamos saber isso. 

O argumento usado é ridículo: como é obrigatório ter certos conhecimentos no 9º ano, não é pertinente avaliar as aprendizagens até porque vão todos para o 10º.  É assim como dizer que, como somos obrigados a respeitar o código da estrada, não é pertinente avaliar as pessoas quando tiram a carta de condução. A seguir há-de vir o argumento segundo o qual, como o ensino é obrigatório até ao 12º ano ou até aos 18 anos, não vale a pena avaliar nenhuma aprendizagem nunca. Depois esses vão para as universidades, onde estas políticas hão-de chegar e a seguir vão para ministros e para dirigentes do Conselho de Educação.

A questão é que tínhamos um ensino bastante bom e bem reputado em outros países (e em contramão à decadência que já se via lá fora em muitos países) mas já não temos e vamos a caminhar para a desgraça que já atingiu outros, por conta destas políticas que tratam os alunos como coitadinhos para melhorar as estatísticas dos governos.


Conselho de Educação propõe substituição das provas finais de 9.º ano por monitorização de aprendizagens

No 9.º ano, alunos têm provas finais que contam para a nota, ao passo que as provas de monitorização da aprendizagem vêm substituir as de aferição, que até agora eram feitas nos 2.º, 5.º e 8.º anos.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) defende a pertinência de “reflectir” sobre a continuidade das provas finais do 9.º ano de escolaridade uma vez que os alunos são obrigados a prosseguir os estudos no ensino secundário. Num parecer publicado este mês no site deste organismo, que se debruça sobre a aplicação das novas provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA), o CNE propõe que se avalie “a possibilidade de aplicar as provas ModA no 9.º ano de escolaridade”.

Público

2 comments:

  1. Para termos as provas de nono que temos hoje, mais vale, de facto, acabar com aquilo.

    ReplyDelete
    Replies
    1. Cada um que mexe na educação deixa-a um bocadinho pior. Quanto mais falam em inclusão e equidade mais incapazes e desarmados para a vida deixam os alunos. Isto é desesperante.

      Delete