Venho de ouvir A Criação de Haydn na Gulbenkian. Muito bom. O único senão foi o tradutor. A peça foi cantada em inglês e a tradução das legendas era muito livre, digamos assim. Onde Deus transformou a desordem em ordem o tradutor escreveu que transformou a entropia em ordem. Entropia é um conceito que não tem nada a ver com um oratório do século XVIII; onde Deus criou coisas rastejantes o tradutor escreveu que criou répteis; uma hoste de insectos transformou-se numa tribo de insectos... uma tribo...? Enfim, estas e outras coisas semelhantes. Um bocadinho irritante mas mais para o cómico do que outra coisa. A Criação é uma daquelas obras que ouvida ao vivo é completamente diferente do que ouvida em disco. Ganha uma outra vida.
Fui ver / ouvir ontem. Como tinha lido a sua crítica antes do concerto, tomei particular atenção à tradução, pese embora estar no 1º balcão e não ter quase olhos que cheguem. Mas reparei na "entropia" e na "tribo"... Não conhecia a obra, que é magnífica, em particular a 3ª parte, que tem momentos de uma enorme beleza. Fico agora a aguar pela missa de Bach, um dia depois de começar a Primavera.
ReplyDeleteA parte da criação da Lua é lindíssima. Essa missa de Bach não vou ver. Hei-de ir ver outro mais à frente. Em Março comprei bilhetes para outra cena.
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