O livro é interessante para quem não está por dentro da filosofia medieval com o seu excesso de racionalismo teológico e com a tímida evolução das ideias à medida que se foram alargando os horizontes, a partir do século XII, com o contacto com os povos do Oriente próximo, devido às cruzadas e com a expulsão dos mouros e descobrindo as obras de Aristóteles. Agora, quem espera que o livro seja, como dizem na contracapa, um resgate de uma época injustamente declarada de Idade das Trevas, pois desengane-se. A expressão Idade das Trevas não se refere a não haver pessoas inteligentes e pensantes, que as houve em fartura, mas à decadência da literatura, das artes, da filosofia e das ciências em geral, desde o fim do Império Romano, até ao século XII, por conta da ascenção de uma sociedade teocrática, que subjugou a cultura e o pensamento livre e que só muito a custo, conseguiu libertar-se desse jugo, tal como vemos hoje acontecer nas sociedades teocráticas muçulmanas.
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