January 21, 2025

Discurso de Zelensky em Davos



Zelensky tem, ou desenvolveu nestes últimos anos, uma cabeça de estratega de primeira água. Obviamente tem de haver colaboração militar entre os europeus de maneira que possam cuidar de si próprios. De repente, a ideia de uma Europa Federada, de uma maneira mais ou menos criativa, uma ideia que sempre me causou arrepios, começa a parecer-me razoável.


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O que é a autonomia estratégica da Europa?

Como reforçar as capacidades de defesa?

Qual o impacto das mudanças políticas dos EUA?


Zelensky: 

“A maior parte do mundo está agora a pensar - então, o que vai acontecer à sua relação com os Estados Unidos? O que vai acontecer às alianças? Ao apoio? Ao comércio? Como é que o Presidente Trump planeia acabar com as guerras? Mas ninguém está a fazer este tipo de perguntas sobre a Europa. E temos de ser honestos quanto a isso”.

“A Europa não se pode dar ao luxo de ser a segunda ou terceira na linha dos seus aliados. Se isso acontecer, o mundo começará a avançar sem a Europa, e esse é um mundo que não será confortável nem benéfico para os europeus.”

“A Europa precisa de competir pelo primeiro lugar em termos de prioridades, alianças e desenvolvimento tecnológico. Estamos num novo ponto de viragem, que alguns vêem como um problema para a Europa, mas que outros consideram uma oportunidade. A Europa deve afirmar-se como um actor mundial forte. Como um actor indispensável”.

A Rússia está a transformar-se numa versão da Coreia do Norte - um país onde a vida humana não significa nada, mas que tem armas nucleares e um desejo ardente de tornar a vida dos seus vizinhos miserável”.

Embora o potencial económico global da Rússia seja muito inferior ao da Europa, produz várias vezes mais munições e equipamento militar do que toda a Europa em conjunto. É exatamente esse o caminho das guerras que Moscovo escolhe seguir”.

"Ameaças como a Rússia, a Coreia do Norte e o Irão só podem ser combatidas em conjunto”.

“Mesmo quando se trata do tamanho do exército. A Rússia pode ter 1,5 milhões de tropas. Nós temos mais de 800 mil nas nossas forças armadas. Em segundo lugar vem a França, com mais de 200.000. Depois, a Alemanha, a Itália e o Reino Unido.

 “A Europa precisa de aprender a tomar conta de si própria, para que o mundo não a possa ignorar”.

“É vital manter a unidade na Europa, porque o mundo não se preocupa apenas com Budapeste ou Bruxelas - preocupa-se com a Europa como um todo”.

 “Precisamos de uma política europeia de segurança e defesa unida, e todos os países europeus devem estar dispostos a gastar em segurança tanto quanto for realmente necessário, e não apenas tanto quanto se habituaram a gastar durante anos de negligência. Se for preciso 5% do PIB para cobrir a defesa, então que seja,

Zelensky, que defende a colaboração na produção militar, disse que a Ucrânia e a Europa deviam trabalhar em conjunto no fabrico de sistemas de defesa aérea. “A Europa precisa da sua própria versão da Cúpula de Ferro, algo que possa lidar com qualquer tipo de ameaça”.

Não podemos contar com a boa vontade de algumas capitais quando se trata da segurança da Europa - seja Washington, Berlim, Paris, Londres, Roma ou - depois de Putin bater as botas - algum democrata imaginário em Moscovo, um dia.”

“E precisamos de garantir que nenhum país europeu está dependente de um único fornecedor de energia - especialmente a Rússia. Neste momento, as coisas estão do nosso lado - o Presidente Trump vai exportar mais energia”.


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