(resta saber quantos jornalistas são família destas 'famiglie')
O título da Lusa era este: “União dos Teatros da Europa surpreendida com ‘súbita exoneração’ da presidente do CCB”. Numa carta aberta, Gábor Tompa, presidente da UTE, elogiava a “força criativa” de Francisca Carneiro Fernandes; a sua “habilidade excepcional em juntar pessoas”; a sua “excelência como administradora e gestora”.
Não duvido da sinceridade dos elogios, mas em lado algum da notícia da Lusa – replicada por todo o lado de forma acrítica, como de costume – éramos informados de três factos essenciais que a revista Sábado divulgou mais tarde, num artigo intitulado “CCB: a alta cultura debaixo dos lençóis”: 1) Francisca Carneiro Fernandes é casada com o actual director artístico do Teatro São João, Nuno Cardoso. 2) Nuno Cardoso é vice-presidente da União dos Teatros da Europa. 3) A própria Francisca Carneiro Fernandes é tesoureira da UTE.
Francisca Carneiro Fernandes fez sete ajustes directos ao marido quando presidia ao Teatro São João. Explicação: o marido era um encenador prestigiado; já antes trabalhava com o São João; nunca houve interferência nas decisões da direcção artística. Tudo certo. E tudo errado.
Se lidero uma instituição pública e me caso com alguém, é evidente que esse alguém deve deixar de ser contratado pela instituição que lidero. É o óbvio ululante. Pergunto: quantos jornalistas de cultura sabiam disto? E porque é que eu, enquanto leitor e cidadão, só o soube agora, devido a uma zanga entre Dalila Rodrigues e Pedro Adão e Silva?
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