Vou só deixar aqui esta história. Uma colega contou-em que tem uma irmã nos EUA num dos Estados republicanos. Desde há vários anos que a religião evangélica cresce desmesuradamente por esses lados e também cresceu seu extremismo (são os islamitas radicais do Ocidente): censura nas escolas, nas bibliotecas, obrigação de rezar orações antes das aulas, obrigação de ensinar o mito do Adão e Eva como verdade, etc.
A irmã sempre foi cristã mas não era evangélica e era uma pessoa moderada. Já não é. Disse-me a minha colega que desde há uns anos têm assuntos tabu nas suas conversas: a educação laica, a redistribuição da riqueza para melhorar a condição de vida dos pobres, um serviço nacional de saúde, imposto progressivos para que os pobres não paguem e vida aos ricos, a castidade das raparigas, o aborto, o direito à greve, os direitos das mulheres, os direitos dos gays e outros. De cada vez que entram num desses temas têm discussões violentas e a irmã cita-lhe a Bíblia ipsis verbis. A irmã pensa que a minha colega é uma comunista perigosa. Essa minha colega é uma das pessoas mais moderadas e cordatas que andam ali na escola.
Portanto, como perceber a eleição de Trump? Os EUA estão nas mãos de evangélicos, que correspondem aos islamitas radicais do género talibãs e Khameneis. Não querem saber que Trump seja um criminoso ou um violador: a Bíblia está cheia deles e chama-lhes profetas e santos. Nesses Estados não decapitam pessoas (por enquanto) mas já prendem mulheres e deixam-nas à morte por terem abortos espontâneos em casa, sem testemunhas e, portanto, sem poderem provar que não provocaram o aborto.
Vem aí uma época de miséria moral, de fanáticos religiosos e de grande decadência de valores humanitários. E a Europa tem de ultrapassar o cobarde Scholz e unir-se para ajudar a Ucrânia sem os EUA - nisso Biden tem muita responsabilidade porque é evidente que a certa altura mandou que se travasse o apoio à Ucrânia.
Quatros anos -ou até menos- é o tempo suficiente para destruir muitas coisa no mundo. Veja-se o caso de Guterres a alimentar o ódio entre países e o fanatismo religioso, como tem destruído consensos e prejudicado o mundo.
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