Há muitos alunos ainda sem professores, a uma ou várias disciplinas mas, neste momento, os professores já estão com horas extra nos horários. Por exemplo, se havia falta de cinco professores de português numa escola, três horários completos desses cinco já foram distribuídos pelos outros professores de português da escola. Quer dizer, essas pessoas já ultrapassaram o limite do que podem, porque quatro horas extra numa escola não é a mesma coisa que quatro horas extra num escritório.
Quatro horas extra significa uma turma a mais, o que implica mais trabalho de preparação, de testes, fichas, burocracia, eventualmente DT, etc. Na prática são mais oito horas de trabalho real. Se as pessoas já estão no limite das suas capacidades, atribuir-lhes mais horas extra em cima das que já têm é sabotar-lhes o trabalho porque evidentemente vão degradar o trabalho e estragar a aprendizagem dos alunos.
Se passas de ter 120 alunos para 400, deixas de fazer testes e trabalhos e fichas de aprendizagem porque não é possível classificá-los ou sequer prepará-los como deve ser. Depois passa todos os alunos porque tens consciência que estás a trabalhar a um nível medíocre.
Alguém pediria a um condutor de autocarros de passageiros ou de aviões, com cinquenta e muitos anos (é a idade dos professores das escolas) que guiasse dez horas por dia? Não, porque isso põe logo em causa a segurança dos passageiros. Pois o caso é igual nas escolas e só parece diferente porque não os vemos como passageiros de um transporte que necessita de condutores de qualidade e em boa forma física e mental; no entanto, sabemos que esses alunos vão engrossar a fila dos passam sem ter aprendido nada e vão engrossar o número dos desempregados nem-nem que depois andam por aí sem perspectivas de vida a agredir pessoas e a queimar contentores. O que se faz numa zona da realidade ecoa em outras.
A lógica do governo é: já que alguns alunos têm o ensino estragado por falta de professores, porque não estragar o ensino para todos sabotando o trabalho dos outros professores?
Diretores chamados para dar horas extraordinárias aos professores
Diretores de agrupamentos com vários horários por preencher estão a ser chamados às delegações da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares para distribuirem o serviço por horas extraordinárias aos professores, confirmaram ao JN os presidentes do Conselho das Escolas e da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.
Diretores chamados para dar horas extraordinárias aos professores
Diretores de agrupamentos com vários horários por preencher estão a ser chamados às delegações da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares para distribuirem o serviço por horas extraordinárias aos professores, confirmaram ao JN os presidentes do Conselho das Escolas e da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.
Há muitos anos que o ensino anda a ser estragado com as políticas do projeto Maia. Também é verdade que já todos tivemos que aturar delinquentes mas dantes os pais não os defendiam e agora defendem. Defendem-nos os pais, o ministério da educação, os juízes nos tribunais e as direções das escolas que têm medo dos pais e dos ministros da educação.
ReplyDelete* #Nena
DeleteA comercialização de toda a realidade deu nisto.
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