October 13, 2024

Este discurso de chamar aos opositores infecções de extrema-direita não ajuda nada

 


Este senhor atira todas as preocupações com a imigração desordenada que tem trazido para a Europa grupos de terroristas radicais, muitos empurrados por Putin e os seus aliados para dividir e destabilizar -no que tem tido muito sucesso- para o saco das doenças infecciosas de extrema-direita. Não percebo se não vê notícias de canais estrangeiros, se não lê, se não viaja ou se faz isso tudo e mesmo assim não se apercebe ou, se é um daqueles fanáticos da ideologia que tapa os olhos a tudo que não seja a sua cor. Seja como for, este discursos não ajuda nada a resolver problemas.


O centro está a errar e a falhar no cordão sanitário

Ao mesmo tempo que se assiste à defesa de um bloco central moderado nos temas económicos e sociais, normaliza-se a retórica radical nos temas sociais, culturais e securitários.

Pedro Adão e Silva


Depois de num lastimável discurso no 5 de outubro Moedas recuperar a expressão “portas escancaradas à emigração”, usada várias vezes por Montenegro, sugerindo uma ligação entre imigração, “desordem” e “redes criminosas”, o líder parlamentar do Chega logo apareceu ufano a reclamar os créditos. Afinal, de acordo com Pedro Pinto, não fora o Chega ter irrompido pela paisagem política portuguesa, estes temas não teriam sido colocados na agenda. É de facto assim, hoje a força da extrema-direita reside na capacidade de influenciar a agenda dos partidos de centro, designadamente de políticos que se trasvestem de moderados. Ou seja, perdendo ou ganhando deputados, ao definir a gramática do debate político, o Chega já venceu.

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O episódio dá conta de um problema mais vasto: o centro está ao mesmo tempo a errar e a falhar no cordão sanitário criado para conter a infeção de extrema-direita. A incerteza que marca hoje a política portuguesa e que se manifesta, para já, no destino que terá o Orçamento do Estado é consequência desta falha.

Público

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