Hoje, uma pessoa conhecida que tem uma empresa de limpezas de muito sucesso, disse-me que tem a trabalhar para si uma pessoa que foi funcionária na minha escola durante o ano lectivo passado - disse-me o nome e mostrou-me a fotografia mas não a reconheci. Disse-me que é a melhor funcionária que tem. Ela é uma das pessoas que limpa uma clínica grande com muitos consultórios e é tão boa que já a pôs como encarregada. Diz que é uma pessoa que antecipa os problemas e resolve-os antes de o serem. Porque é que a senhora só esteve um ano na escola? Porque não lhe pagavam. A Câmara tem um contrato com uma empresa financeira qualquer que é quem paga os salários aos funcionários mas... não paga. Pelos vistos ela recebia sempre a 16 ou 17, depois de ligar para a Câmara a dizer que não tinha recebido, ter de aturar os da Câmara a dizer que não é com eles, ter de explicar que não tem nenhum contacto com a tal empresa financeira... enfim, em vez de receber no fim do mês recebia com mais de duas semanas de atraso e sempre depois deste stress de ter que pedir que lhe pagassem o salário.
É uma pena que uma funcionária tão boa tenha sido empurrada para fora da escola pública pelas políticas desastrosas dos governos. Os salários já são baixos e mesmo assim não os pagam. Se o Estado quer bons funcionários tem de tratá-los decentemente e, pagar-lhes o salário, é o mínimo, porque senão, os bons vão-se embora porque não lhes falta trabalho que há uma falta grande de empregados de limpeza e depois só vão para lá os outros. Tal como fizeram com os professores...
Quiseram cortar -ainda- mais custos na educação e o resultado é este. A conversa pomposa do investimento na educação é atirada para a oubliette logo no dia a seguir às eleições e esta é a realidade das escolas. O resto é conversa para entreter.
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