Há pouco tempo fui dar com uma série na TV que nunca tinha visto, mas que pelos vistos já dura há 25 anos. Chama-se Lei e Ordem: SVU e é sobre um unidade da polícia dedicada a crimes sexuais. Depois de descobrir a série fui ver os primeiros episódios e vou vendo paralelamente os episódios antigos e os novos. A série é bastante boa. A série começou nos anos 90 quando violar mulheres era considerado um favor sexual que se lhes fazia, sobretudo se não eram bonitas - mesmo que os homens fossem nojentos. A semana passada li uma entrevista com a actriz principal. Ela diz que quando começou a série sabia muito pouco de crimes sexuais e que as vinte e cinco temporadas da série têm sido uma benção e uma maldição. Uma maldição porque todos os episódios são de histórias que aconteceram, embora ficcionadas para efeitos de serem filmes de TV. O que vemos na série, episódio, após episódio é uma educação dos rapazes virada para a violência sobre as mulheres. Vemos a sociedade ser cúmplice da violência contra as mulheres. Se começamos a ver isto com regularidade e sem distanciamento e relativização mudamos a ideia geral sobre os rapazes e os homens. Poe exemplo, no episódio de hoje, uma congregação religiosa do Kansas vai a NY a umas palestras e uma das raparigas é violada. O reverendo aparece a dizer que não tem importância porque as raparigas têm que ser virgens para agradar a Deus, mas se um rapaz vê que ela está em perigo de ser desviada por uma amiga homossexual, pode violá-la porque Deus considera que é um coito curativo: cura-lhe a alma. Os pais da rapariga apoiam isto, o violador diz que lhe fez um favor porque lhe salvou a alma. No fim, vem a saber-se que o reverendo foi quem o mandou violar a rapaiga, como penitência de ele ser homossexual. Estas pessoas das religiões são obcecado por sexo e por virgens, gente com graves problemas mentais. E são encarregues de educar os jovens. Estas histórias não são ficção, são escritas a partir de casos que aconteceram. A educação dos homens precisa de grandes mudanças. Grandes mudanças.
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