Saem notícias nos jornais a avisar a populaça que pagar aos professores o que se lhes deve, por serviço já prestado, é muito caro e não pode ser. Depois, vamos a ver e os números são outros, mas isso só é esclarecido nas letras pequeninas que ninguém lê. Entretanto já a opinião pública reforçou o preconceito de que "esses professores que estão sempre de férias" custam muito dinheiro.
Todos os dias se fortalece a ideia de que este ME é um clone do anterior, até nos métodos. Logo, antevê-se que os resultados serão os mesmos: repugnância geral dos jovens pela profissão e aprofundamento da decadência da qualidade do ensino, que se tinha até há uns anos atrás.
Todos os dias se fortalece a ideia de que este ME é um clone do anterior, até nos métodos. Logo, antevê-se que os resultados serão os mesmos: repugnância geral dos jovens pela profissão e aprofundamento da decadência da qualidade do ensino, que se tinha até há uns anos atrás.
Continuem assim que vão bem.
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Há cerca de uma semana a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) produziu, finalmente, o seu estudo sobre a recuperação do tempo de serviço docente, sete meses depois de ter sido pedido pelo grupo parlamentar do PSD.
São mais de 100 páginas que dão uma sensação de complexidade e solidez, apresentando diversos cenários, apoiados em descrições metodológicas e quadros mais ou menos extensos. Haverá quem, perante isso, receie desbravar o que está escrito e é apresentado como facto fundamentado, preferindo replicar o que alguma comunicação social decidiu colocar em destaque.
Claro que o mais imediato foi escrever ou dizer que “em velocidade de cruzeiro”, a partir de 2028, o custo (bruto) da recuperação seria de 469 milhões de euros, tendo os mais atentos acrescentado que o valor líquido seria de 202 milhões. Só que essa formulação, nascida do conteúdo do próprio relatório, transmite uma ideia errada do valor em causa, pois esse é o valor total acumulado para o período de 2024-2028, e não o valor anual a partir de 2028.
Alguns profissionais da opinião elaborada a olho e preconceito aproveitaram para escrever coisas como “serão €91 milhões este ano e €490 nos anos seguintes, em velocidade de cruzeiro” (Expresso, 21 de junho de 2024, p. 3), numa sucessão de erros factuais que criam uma narrativa ficcional, mistificando a opinião pública.
(...) mesmo os 18 milhões de euros apontados como encargo líquido para este ano ou os 202 milhões no total até 2028 deverão ser revistos, com o apuramento rigoroso de quem beneficia e o quê com esta recuperação de tempo de serviço (...) porque muitos milhares entraram na carreira mais tarde ou mesmo depois dos congelamentos, pelo que os cálculos estão irremediavelmente inflacionados.
Paulo Guinote in https://www.dn.pt/
Há cerca de uma semana a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) produziu, finalmente, o seu estudo sobre a recuperação do tempo de serviço docente, sete meses depois de ter sido pedido pelo grupo parlamentar do PSD.
São mais de 100 páginas que dão uma sensação de complexidade e solidez, apresentando diversos cenários, apoiados em descrições metodológicas e quadros mais ou menos extensos. Haverá quem, perante isso, receie desbravar o que está escrito e é apresentado como facto fundamentado, preferindo replicar o que alguma comunicação social decidiu colocar em destaque.
Alguns profissionais da opinião elaborada a olho e preconceito aproveitaram para escrever coisas como “serão €91 milhões este ano e €490 nos anos seguintes, em velocidade de cruzeiro” (Expresso, 21 de junho de 2024, p. 3), numa sucessão de erros factuais que criam uma narrativa ficcional, mistificando a opinião pública.
(...) no fim, a culpa dos erros cometidos [será] atribuída apenas ao pobre algoritmo.
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