June 07, 2024

Processos Kafkianos [não] pedagógicos

 


Estamos no fim do ano, cheios de trabalho. Ainda há aulas e ao mesmo tempo já há reuniões de avaliação dos anos que têm exame e ao mesmo tempo há provas de aferição e ao mesmo tempo estamos a preparar as reuniões dos outros anos. A analisar 5 ou 6 manuais para escolher para o próximo ano - há prazos para introduzir as escolhas na plataforma. Tudo tem prazos apertados porque é preciso que as pautas sejam afixadas no tempo regulamentar para dar tempo de pedir recurso a notas e ter resposta antes dos exames, que já estão marcados há meses para todo o país. Tudo isto implica burocracias, relatórios de apoio e de tutorias, de actividades, de cidadania e um montão de coisas, tudo a ter que ficar pronto a tempo das reuniões de avaliação. É uma loucura. No meio disto, recebemos o documento dos exames -chamado a Norma 2- que são 200 páginas para estudar até ao início dos exames... Os exames, que costumavam ser apenas chatos, agora são um inferno jurídico de 200 páginas de regras. Uma pessoa está extremamente cansada no fim do ano. Os exames cada vez têm mais horas e horas de tolerância e chegamos a estar 4 horas dentro de uma sala de exame, a ter que atentar em burocracias. Isto devia ser um trabalho pago à parte. Ninguém imagina como todo o processo implica procedimentos kafkianos, apenas para precaver a hipótese de gente mal formada a quem correu mal o exame, pôr um processo à escola por qualquer pormenor absurdo. Promovem as passagens de ano com 500 faltas e 7 negativas, as provas de exames são de escolha múltipla, tipo jogo de azar, no meio da total desresponsabilização dos alunos pelo estudo, mas depois transformaram os exames na 3ª guerra mundial com 200 páginas de regras, e ai de quem não cumprir! Vai directamente para a cadeia sem passar pela casa da partida. 


2 comments:

  1. Estou totalmente de acordo contigo. Quem transformou os exames neste pesadelo foi a Lurdes Rodrigues. Na minha escola esteve-se um porradão de tempo a discutir se podemos beber água, se os alunos podem ter uma garrafa de água (nas salas o calor é abrasador), o que fazer se deixarem cair um pingo de água na prova em cima da tinta... só me apetecia gritar. #Nena

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    1. Há muitos anos também houve na minha escola essa conversa absurda sobre se podemos beber água. Como se alguém pudesse proibir alguém de beber água - e durante horas.

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