Macron usou os ucranianos para ganhar vantagem nos negócios com a China?

 

Não me sai da cabeça a surpresa de ver Macron, há um mês, de repente, começar a dizer que não há nada para falar com Putin, que a França está determinada a que a Ucrânia ganhe a guerra, que para além de armas até tropas enviariam, que Putin tem de cair porque é a maior ameaça à Europa e passadas duas ou três semanas, no dia a seguir a ter falado com o Presidente chinês, desdizer tudo, garantir que não quer que o governo de Putin caia, que tem muito respeito por ele e que até ia propor à Ucrânia uma pausa na guerra durante os jogos... e depois disto tudo, de repente, está caladinho que nem um rato.

Isto anda a incomodar-me e a única explicação razoável e coerente que vejo para estas reviravoltas aparentemente incoerentes é Macron ter desenhado a estratégia de apoiar a Ucrânia em termos fortes e públicos para depois ter mão forte com Xi e poder fazer troca de favores em negócios, do género: se vocês nos derem muito dinheiro (em forma de negócios) nós abandonamos sorrateiramente o apoio à Ucrânia. A verdade é que o Chinês foi a correr chamar Putin a quem recebeu com honras de herói do planeta e dizer-lhe que pode ficar descansado porque falou com Macron - e também com Scholz, que não faço ideia do que lhe disse - e que a China e a Rússia são grandes democracias iguais às outras.

Se isto foi o que se passou e não vejo outra explicação razoável para o comportamento errático e incoerente de Macron, então Macron é um tipo imoral e indigno de qualquer respeito, que se aproveita da morte e sofrimento dos outros para encaixar dinheiro. Um comerciante de vidas humanas. 


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