O problema desta mudança da imagem de Eduardo Aires por parte do Governo recém-empossado não está apenas na mudança em si, mas na velocidade com que foi feita.
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Na verdade, quem resolveu mudar o logotipo do país sem se importar com saber a opinião dos portugueses em geral sobre como querem ver representado o país, foi o governo anterior. Soubemos disso no dia em que mudou. E, como era hábito do governo anterior, não gastava um tostão para melhorar a vida das pessoas, mas teve pressa em gastar 70 mil euros nessa obra, que JMT não sabe como apreciar de maneira que substitui o juízo estético por argumentos de autoridade - como se o autor ter ganho prémios fosse uma espécie de selo de garantia de qualidade de tudo o que faz. Isso é que me parece muito pouco sofisticado.
Até podíamos querer mudar o símbolo da República ou até a bandeira do país, mas fazê-lo assim à socapa e impor um símbolo a todos, unilateralmente, isso é que é sofisticado? E pagar 70 mil euros por um logotipo num país pobre como o nosso onde a maioria dos portugueses precisa de 10 anos para ganhar 70 mil euros? Isso é que é sofisticado?
JMT tem escritos textos no jornal a mandar recados a este governo, para não reverter a política de austeridade de António Costa, falando em não ceder a interesses corporativos (calculo que se refira aos professores de quem não gosta) e talvez seja esse o sub-texto desta indignação contra o logotipo do Nodi, como lhe chamo: como se lê na última frase do seu texto, é mais um recado a dizer que tem medo que o governo não continue a política de austeridade e de empobrecimento dos portugueses e resolva revertê-la, investindo no país.
É uma coisa de que se fala muito agora: que é proibido investir no país e que sempre que há excedente, o dinheiro deve ser guardado no colchão, à Salazar e usado apenas para abater dívida. Aliás, Medina já veio dizer que afinal não há assim tanto excedente, no que ficámos sem saber se é uma combinação com este governo ou se ele não passa de um mentiroso profissional.
Como se pudesse ser proibido a um governo investir no país. Como se estivesse escrito na Constituição um mandamento do género: não usarás o dinheiro para desenvolver o país. Para que quereríamos governo, então?
Esse era o mandamento de Salazar que tinha montes de ouro no banco e de vez em quando tirava de lá uma barrinha para distribuir caridade ao povo. Todo o dinheiro do país estava nas mãos de 4 ou 5 industriais. Aliás, sabemos que António Costa acabou por fazer o mesmo: não sabendo, nem ele nem o incompetente da Economia, como usar o dinheiro para desenvolver o país, distribuíam o dinheiro que vinha de Bruxelas por alguns grupos económico e industriais na esperança que fizessem alguma coisa com ele. Tal qual como no antigamente.
O que fez este governo aos outros milhares de milhões que vieram de Bruxelas? Não sabemos, porque o dinheiro não chega a sair dos gabinetes dos ministros e ninguém presta contas - de tal maneira que à segunda-feira há um excedente de 3 mil milhões e à terça afinal nem chega a mil milhões. Há ali muitos ralos. Ora, o que queremos é um governo que saiba usar esse dinheiro, sem o desperdiçar, para investir no país.
E já agora, que não deite fora o nosso passado histórico enquanto povo para agradar a uma ideia de inclusão e pluralidade de um grupo restrito de pessoas que reduzem toda a história dos descobrimentos a esclavagismo e todos os portugueses que não estão de acordo com o cancelamento simplista e grosseiro da história, a negreiros, sem levar em conta o que os portugueses pensam, como se o país e a sua história pertencessem a um governo e a esses círculos, que se crêem iluminados em contraste com o povo obscurantista. Isso é que seria deitar fora o bebé com a água do banho.
De facto, tirou-se Salazar do poder mas não se tirou o poder de Salazar na mentalidade portuguesa.
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