Temos de nos perguntar: quem está a observar?
A decisão mais importante para a guerra na Ucrânia, neste momento, não está a ser tomada em Kiev ou em Moscovo mas em Washington por um outrora obscuro advogado do Louisiana que, contra todas as expectativas, se tornou presidente da Câmara no ano passado.
Outrora mais conhecido (se é que o era de todo) pelo seu invulgar historial jurídico de apoio ao criacionismo, Johnson foi impulsionado para uma posição de poder numa guerra de importância geopolítica no meio de um período muito caótico - e muito americano - de instabilidade política.
Johnson tem agora nas suas mãos um grande poder global - e está disposto a usá-lo. O Presidente da Câmara já disse preventivamente que iria bloquear o projeto de lei do Senado, apontando para a falta de progressos nas questões de segurança das fronteiras dos EUA. "A América merece mais do que o status quo do Senado", afirmou Johnson numa declaração na segunda-feira.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, juntou-se aos apelos na quarta-feira, apelando à história comum da Segunda Guerra Mundial e à luta entre os EUA e o Reino Unido contra o Estado Islâmico. "Enquanto o Congresso debate e vota este pacote de financiamento para a Ucrânia, vou deixar de lado todas as delicadezas diplomáticas. Exorto o Congresso a aprová-lo", escreveu o antigo primeiro-ministro para o The Hill. "Temos de nos perguntar: quem está a observar?", acrescentou, apontando não só para Moscovo, mas também para Pequim e Teerão.
Whashington Post
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