"E foi nessa altura que os russos atacaram a estação. Corremos para o abrigo ao primeiro bombardeamento. Nunca tinha ouvido uma explosão tão forte: o tecto da cave a cair, as paredes a moverem-se. Os passageiros também se conseguiram esconder na cave. E ficámos lá todos juntos durante a hora e meia seguinte, a contar os bombardeamentos. Dois polícias, feridos pelos escombros enquanto ajudavam os passageiros a esconderem-se. Havia também um voluntário estrangeiro, aparentemente com uma costela partida, mas ele pediu para ser ignorado e limitou-se a respirar pesadamente, pingando suor. Mais tarde, os médicos ajudaram-no o melhor que puderam. Um polícia, que não vi, infelizmente, morreu.
Antes desta viagem, voltei a ver O Senhor dos Anéis e reparei num diálogo incrivelmente adequado entre Frodo e Gandalf:
- Quem me dera que o anel não existisse! Gostava que nada disto tivesse acontecido!
- É o que toda a gente pensa quando tem de passar por algo assim, mas está fora do seu controlo. Tudo o que podemos fazer é decidir o que fazer com o tempo que temos.
Todos nós desejávamos que a Rússia não existisse, mas ela f**king existe. E continua a matar-nos. Ontem, senti muito claramente o que é ser um alvo. E a nossa tarefa é resistir com dignidade e não deixar que nos destruam. Também temos de cuidar uns dos outros e não discutir uns com os outros, tendo em conta que temos um inimigo e ele é exterior".
26 de Dezembro, Marichka Paplauskaite (editora jornalista)
@paplauskaitem
The aftermath of the Russian attack on Kherson train station yesterday.
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) December 27, 2023
By the way, Russia still considers Kherson to be a Russian city. By that logic, residents of Kherson are also Russians. And that is how "mother Russia" treats them.
📹: suspilne, KhersonODA/Telegram https://t.co/nTAMSlWPGZ pic.twitter.com/VULAdpRtlm
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