Taghi Rahmani, marido de Narges Mohammadi, presa no Irão e impossibilitada de ir receber o prémio Nobel da Paz que lhe foi atribuído, em entrevista à BBC, no programa, Hard Talk.
Narges está sem falar com ele e os filhos há mais de um ano. As prisões iranianas são particularmente cruéis com as mulheres, com muito tempo de solitária. Narges, que ainda tem anos de sentença para cumprir e uma centena de chicotadas, corre o risco de morrer pela sua luta, mas está disposta a ficar presa se é esse o preço para que os filhos tenham uma vida melhor e mais livre que a sua. Isto é muito difícil de compreender para um ocidental, diz ele, mas segundo Narges, sair da prisão para uma vida 'normal' seria apenas ir para uma prisão maior.
Taghi Rahmani diz que o Ocidente não tem ajudado a luta do Irão. Não especifica, mas percebe-se que está a falar, em primeiro lugar, da escolha do Irão para liderar o Conselho dos DH da ONU. Os iranianos tentam seguir um caminho de liberdade e o Ocidente calca-os e eleva os seus algozes. No entanto, como derrotar um autoritário é uma acção única, que não precisa ser repetida, a luta vale a pena. Quanto mais o poder no Irão reprime o povo, mais dissidentes cava no seu próprio seio e aos poucos a oposição ao regime cresce, mesmo que aparentemente não se veja. É o que está a acontecer no Irão. Na altura certa levantam-se e derrubam o regime.
Taghi Rahmani pensa que o Ocidente não tem uma estratégia clara para a Ásia e que isso se viu muito bem no Afeganistão. Pensa que têm objectivos e intenções mas depois, como não têm estratégia, não sabem desenhar um caminho para o sucesso e abandonam as causas a meio criando grandes problemas aos que ficam desapoiados. Não estamos a ver isso com os EUA na Ucrânia?
Para os que falam de paz oca: o prémio Nobel da paz é muitas vezes atribuído, aos que se entregam na luta contra regimes brutais e pagam um elevado preço. A paz não é ausência de guerra e de luta. Isso é apenas uma outra prisão.
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