É o que faz este indivíduo. Veja-se o nível: 'o conhecimento está à distância de um clique com os telemóveis'. Em primeiro lugar confunde o acesso à internet com o objecto de acesso -o telemóvel-, o que significa que valoriza, não a qualidade da informação mas a rapidez; em seguida confunde a informação, que "está à distância de um clique", como diz, com o conhecimento, que é um processo bio-psico-social interno. Critica o ensino onde se transmitem conhecimentos mas defende -sem se dar conta da contradição- a aprendizagem enquanto aquisição de conhecimentos, só que via internet. Defende o "conhecimento instantâneo", como se isso existisse: agora não tens conhecimentos e depois por magia o telemóvel transfere conhecimentos para o teu cérebro - fala como se o conhecimento fosse um processo meramente cerebral. E são estes ignorantes que decidem as políticas educativas. Não admira o estado em que as coisas estão.
Pessoalmente não tenho nenhuma esperança no futuro das políticas de educação, pois se este é o discurso dos lá estão, o discurso dos que querem ir para lá, não é melhor: os alunos são clientes, os professores são pagos para servir, logo têm que obedecer aos clientes... nesta perspectiva, podemos dizer, por exemplo, que os crentes são os clientes dos padres, que lhes pagam a subsistência e por isso os padres têm que obedecer aos crentes. E tudo não passa de um negócio. Que pobreza...
A única esperança que tenho está depositada nos professores individuais, porque as escola têm ainda muita gente dedicada e com brio que acredita no que faz e acredita nos alunos. Somos as últimas pessoas que apostam nos alunos e quando saem da escola, tirando as famílias, nunca mais ninguém quer saber deles - a não ser que sejam filhos do presidente disto ou daquilo, do político x ou do JMT e outras estrelas sociais que escrevem nos jornais ou entram en novelas ou algo do género.
O PISA, o eduquês e a aprendizagem genuína
Quando, perante a utilização dos telemóveis, muitos os querem banir nas escolas porque, alegadamente, prejudicam as relações entre pares, estamos a andar às arrecuas.
José Manuel Silva
Afinal, tudo o que temos andado a fazer desde há pelo menos três décadas, e nada a ver com os saudosistas do tempo em que a escola era para seriar e expulsar, não para incluir. O problema é que a sociedade evoluiu muito mais rápido do que as escolas, existe até aquela frase que diz mais ou menos que “Se ensina com os métodos do século XIX, com a organização escolar do século XX, e os estudantes do século XXI”, o que tem tudo para correr mal.
O problema da escola portuguesa não é voltar ao passado, é acelerar para o futuro, é ter em consideração que o cérebro das crianças e jovens está a mudar, que os métodos tradicionais não funcionam, a organização escolar tem de mudar profundamente, o papel dos professores não tem nada a ver com o que era quando constituíam a fonte principal de transmissão de conhecimento.
Quando perante a utilização dos telemóveis, que são hoje um dos mais potentes instrumentos de aprendizagem, andam no bolso de toda a gente e permitem aceder ao conhecimento e aos outros instantaneamente, muitos os querem banir nas escolas porque, alegadamente, prejudicam as relações entre pares, estamos a andar às arrecuas.
Portugal precisa de um choque educativo, é verdade, mas para se projetar para os níveis mais avançados que a revolução tecnológica comunicacional e digital já permite. Parece ridículo, quando o acesso ao conhecimento está à distância de um clique, que se continue a funcionar nalgumas escolas como se estivéssemos no tempo da ardósia e do quadro preto.
Hoje, li isto num artigo de JMT, no Público:
Em boa verdade, isto é mais um divertimento de analistas políticos do que um cenário plausível. Nem a IL quer coligar-se com o PSD, nem o PSD quer coligar-se com a IL, pela simples razão de que Luís Montenegro está mortinho por cair nas boas graças de pensionistas, professores e demais dependentes do Estado, o que jamais poderá ser uma prioridade para a IL.Portanto, a educação e nós, professores, somos como pensionistas que fazemos nada e estamos só à espera do salário no fim do mês. É esta a ideia que estes ignorantes fazem dos professores. Todos que estão ao serviço do país, em seu entender são pessoas que fazem nada e não produzem nada, como se o nosso trabalho fosse uma quimera e valesse zero e como se não pagássemos impostos para que os filhos dele possam estudar e ir ao médico quando precisam. Portanto, repito, não tenho esperança nenhuma na melhoria da educação porque saem de lá os medíocres nº 1 para irem para lá os medíocres nº 2.
A única esperança que tenho está depositada nos professores individuais, porque as escola têm ainda muita gente dedicada e com brio que acredita no que faz e acredita nos alunos. Somos as últimas pessoas que apostam nos alunos e quando saem da escola, tirando as famílias, nunca mais ninguém quer saber deles - a não ser que sejam filhos do presidente disto ou daquilo, do político x ou do JMT e outras estrelas sociais que escrevem nos jornais ou entram en novelas ou algo do género.
O PISA, o eduquês e a aprendizagem genuína
Quando, perante a utilização dos telemóveis, muitos os querem banir nas escolas porque, alegadamente, prejudicam as relações entre pares, estamos a andar às arrecuas.
José Manuel Silva
Afinal, tudo o que temos andado a fazer desde há pelo menos três décadas, e nada a ver com os saudosistas do tempo em que a escola era para seriar e expulsar, não para incluir. O problema é que a sociedade evoluiu muito mais rápido do que as escolas, existe até aquela frase que diz mais ou menos que “Se ensina com os métodos do século XIX, com a organização escolar do século XX, e os estudantes do século XXI”, o que tem tudo para correr mal.
O problema da escola portuguesa não é voltar ao passado, é acelerar para o futuro, é ter em consideração que o cérebro das crianças e jovens está a mudar, que os métodos tradicionais não funcionam, a organização escolar tem de mudar profundamente, o papel dos professores não tem nada a ver com o que era quando constituíam a fonte principal de transmissão de conhecimento.
Quando perante a utilização dos telemóveis, que são hoje um dos mais potentes instrumentos de aprendizagem, andam no bolso de toda a gente e permitem aceder ao conhecimento e aos outros instantaneamente, muitos os querem banir nas escolas porque, alegadamente, prejudicam as relações entre pares, estamos a andar às arrecuas.
Portugal precisa de um choque educativo, é verdade, mas para se projetar para os níveis mais avançados que a revolução tecnológica comunicacional e digital já permite. Parece ridículo, quando o acesso ao conhecimento está à distância de um clique, que se continue a funcionar nalgumas escolas como se estivéssemos no tempo da ardósia e do quadro preto.
Ontem, li o artigo que virou e outro do mesmo género. A tecnologia e a IA vieram revolucionar tudo e a escola atual é para ser implodida e por aí vai.
ReplyDeleteHistória interessa? Não. Os protagonistas estão todos mortos.
Português? Não. Qual a relevância de ler livros? E para que escrever, se daqui a pouco a escrita manual vai ser mera relíquia?
Etc .
Está gente vive ela mesma num mundo virtual.
É gente que lê os slogans da moda e não pensa.
Delete"É gente que lê os slogans da moda e não pensa." Concordo. Muitos até têm blogues. E escrevem mas não argumentam porque pen ser dá trabalho. Basta afirmar. No fundo é como eu faço.
DeleteSe isso é uma espécie de carapuça, não a enfio. Não apresento aqui ideias sem as devidas razões.
Delete"Não apresento aqui ideias sem as devidas razões." Boa piada.
ReplyDeleteNão, não é piada, é factual. Logo no início desta postadela, tens a posição da autora do blogue, seguida da respetiva fundamentação.
DeleteUma coisa é discordares da opinião e da consequente fundamentação, outra é seres apenas palerma. Claramente, optaste pela segunda. Se não és o Costa, deves ser a bengala do homem.