Golda é um filme sobre a guerra do Yom Kippur, em 1973, em que Sírios e Egípcios invadem Israel no dia do feriado religioso, em grande parte para se vingarem da derrota humilhante da coligação árabe na guerra dos seis dias, uns anos antes, que envolveu oito países árabes contra Israel.
O filme mostra o exercício do poder por Golda Meir durante esses 20 dias em que assume o comando da guerra e gere aquele Estado militarizado. O filme é sobre ela enquanto líder e é através da gestão do gabinete de guerra que temos acesso ao seu estilo de liderança. Vemo-la gerir e manobrar com mestria, Moshe Dayan e os outros militares, cheio de hubris devido à recente vitória esmagadora da guerra dos seis anos, todos galos a defender, cada um o seu poleiro, e Kissinger, de cujo apoio depende, naqueles tempos em que não se via uma mulher assumir os destinos da guerra.
Quem representa o papel de Golda Meir é Helen Mirren que encarna perfeitamente o espírito, os modos, a tenacidade e a capacidade de decisão que caracterizavam Golda Meir.
Claro que nesta época de idiotas houve logo quem criticasse não ser uma judia a representar o papel de uma judia, mas o filho de Golda Meir, ele mesmo, louvou o trabalho dela.
Golda Meir era ucraniana de nascimento, num tempo em que a Ucrânia estava dominada pela Rússia e emigrou para os EUA e depois para a Palestina, em 1917. Era uma sionista convicta e apaixonada. Morreu passados poucos anos desta guerra, de cancro. Fumava barbaramente - vejo-a a fumar e vejo-me a mim, há 20 anos, a acender uns cigarros nos outros.
Vale muito a pena ver, sobretudo para quem se interessa por personagens da História que marcaram épocas. Golda Meir e antes dela, Indira Gandhi, abrem caminho para que Margaret Teacher e outras mulheres pudessem vir a ser primeiras-ministras nos anos 80.
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