September 20, 2023

Superpower - um documentário sobre a Ucrânia

 


“In the time of your life, live - so that in that good time there shall be no ugliness or death for yourself or for any life your life touches. Seek goodness everywhere, and when it is found, bring it out of its hiding-place and let it be free and unashamed...In the time of your life, live - so that in that wondrous time you shall not add to the misery and sorrow of the world, but shall smile to the infinite delight and mystery of it.” 

― William Saroyan, The Time of Your Life

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Superpower é o nome do documentário de Sean Penn sobre Zelensky e a Ucrânia que já anda aí na rede e que acaba com esta citação de Saroyan. É muito bom.
Sean Penn interessou-se por Zelensky na altura em que ele ganhou as eleições - uma espécie de Reagan, que vai de actor, estrela da TV e produtor de filmes a Presidente e resolveu fazer um documentário sobre ele uns largos meses antes da invasão. 
Foi para a Ucrânia e andou a falar com as pessoas sobre a revolução Maidan, sobre a ascensão de Zelensky. A maioria das pessoas com quem falou não tinha votado nele. Achavam que ele não tinha arcaboiço para o cargo de ter de fazer frente a Putin. Zelensky falava de acordos com a Rússia e de paz.
A percepção acerca dele mudou depois daquele encontro entre ele e Putin para discutir o Donbas, em Paris, com a mediação de Merkele e Macron, quando Zelensky disse na cara de Putin que o Donbass e a Crimeia eram ucranianos e sempre seriam.
Bem, Penn e a equipa dele estão na Ucrânia em Fevereiro de 2022 quando as coisas começam a escalar. Fala com o exército. Muita gente, desde a revolução Maidan, alistou-se no exercito e preparou-se para a guerra. Muitos não acreditam na invasão mas a maioria acredita e alguns dizem que é inevitável porque quem ouve Putin falar percebe que "há outra vez um doido à solta na Europa".
Na véspera da invasão ele e a equipa têm um encontro com Zelensky para combinar uma entrevista, que fica marcada para o dia seguinte. Nesse dia à noite dizem-lhe que tem de abandonar o país imediatamente porque os russos estão às portas, mas ele recusa-de e fica em Kiyv, filma os bombardeamentos e recebe a notícia que Zelensky ainda quer a entrevista. Claro, quer que ele venha dizer ao Ocidente o que se passa e que fale com as pessoas e peça a Biden ajuda e armas. 
No dia seguinte põem-se a caminho da fronteira com a Polónia. Levam 3 dias a chegar lá porque há milhares de carros em fuga, piquetes por todo o lado, etc.
Ele volta aos EUA e dá entrevistas em todo o lado a falar da unidade e do valor dos ucranianos, da extraordinária liderança de Zelensky e da necessidade de os apoiar. Depois volta lá já com um mês e tal de invasão e anda a filmar a destruição dos hospitais, das creches, dos apartamentos das pessoas, etc. Volta a entrevistar Zelensky.
O documentário está muito bom, porque vai contextualizando o desenrolar dos acontecimentos e é muito factual, apesar de tomar inequivocamente partido pela Ucrânia, mas também, quem é que no seu perfeito juízo, toma o partido de Putin? Só um atrasado mental, mesmo.

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