September 15, 2023

"Sim, [viola adolescentes de 12 anos] mas ele traz-nos títulos”.




É preciso mudar as regras no desporto quando há homens que lidam com crianças e adolescentes de maneira a que eles não tenham oportunidade de entrar nos seus quartos ou nos balneários ou outros lugares em que estejam sozinhos e vulneráveis. Por exemplo, passar a haver mulheres cuja função é acompanhar em permanência as crianças e adolescentes. 
A quantidade de notícias de abusos por treinadores no desporto é repugnante. O Irão mata mulheres por questões de vestuário mas o Ocidente continua com níveis de machismo e de destruição de mulheres às mãos de homens repugnantes, insuportáveis. 
Em Inglaterra vai para lá um escândalo porque as mulheres na profissão de cirurgia são alvo de abusos na ordem dos 40%. O que sabe... há dias vi um programa com entrevistas a várias cirurgiãs, algumas agora consultoras, que contavam que quando eram internas foram vítimas de abusos por parte do cirurgião que era o seu orientador, muitas vezes em frente de toda a equipa de cirurgiões que fingiam não ver. Veja-se a confiança na impunidade para se fazer uma coisa destas. Muitas foram vítimas de violação e tiveram que gramar o indivíduo até ao fim do internato, como seu chefe, caladas, pois senão sofriam retaliações de destruição de carreira. Absolutamente repugnante. 

Antiga promessa do ténis francês revela que foi “violada 400 vezes” pelo treinador


Angélique Cauchy tinha apenas 12 anos quando começaram os abusos sexuais.


A ex-tenista adiantou que durante um estágio de 15 dias em La Baule viveu “as piores semanas” da sua vida. “Ele violava-me três vezes por dia. Na primeira noite pediu-me para ir ao quarto dele e eu não fui. Então veio ao meu. Foi pior. Estava presa, não podia sair quando queria”, acrescentou. Os abusos sexuais duraram dois anos.

Angélique Cauchy, agora com 36 anos, recordou o medo que sentiu, numa altura em que era apenas criança, “eram 13 os passos que me separavam do quarto dele” e sublinhou que as agressões também eram verbais. “Tentei defender-me e pedia-lhe que parasse, repetindo dia após dia ‘não me toque, isto não está bem, não quero’. Mas ele respondia ‘não te preocupes, isto acontece muitas vezes entre os treinadores e as alunas’. Mas eu não queria, ele tinha a idade da minha mãe…”, disse.

O treinador em causa é Andrew Guedes, já condenado a 18 anos de prisão, e que na altura lhe dizia que que estava infetado com HIV. “Vivi entre os 13 e os 18 anos a pensar que tinha sida. Pensei muitas vezes em suicidar-me, violou-me três vezes por dia! Vivi um pesadelo que arruinou a minha carreira”, afirmou.

Cauchy garantiu ainda que havia pessoas à sua volta que sabiam o que estava a acontecer. “No mundo do ténis sabia-se que ele não era correto com as raparigas. Às vezes diziam-me ‘sim, está com esta ou saiu com aquela’. Mas aos 38 anos não sais com uma miúda de 15 e muito menos a violas! Uma mulher avisou o presidente do clube, ao que ele respondeu ‘sim, mas ele traz-nos títulos”.


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