August 04, 2023

O nível de argumentação dos nossos professores universitários




(se não contestamos os procedimentos do cirurgião ou os critérios científicos da densidade do betão, então também não podemos contestar decisões políticas... porque, evidentemente são procedimentos da mesma natureza? djesus!)

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Ninguém, perante uma cirurgia, e que seja desconhecedor do assunto se arriscará a opinar sobre o modo como o cirurgião deverá realizar a mesma. Nem ninguém, também desconhecedor, se lembrará de criticar a quantidade de betão e ferro utilizados na construção de um viaduto. Seria no mínimo irresponsável de quem o fizesse e até ridículo.

Por outro lado, também seria despropositado defender que o Estado Português não deveria apoiar eventos como a Web Summit ou a realização de um Europeu ou Mundial de futebol. Seria o mesmo que dizer que o Estado Português não deveria apoiar iniciativas privadas, movidas pelo interesse do lucro e que estas deveriam ser autossuficientes. Mas o Estado apoia. E porquê? Porque, independentemente da iniciativa em si, há acontecimentos que mexem com o país, o ajudam a modernizar, lhe dão reconhecimento internacional e, pasme-se, trazem retorno financeiro imediato e futuro para o país. E tudo isso faz parte das obrigações de quem governa.

Pedro Alvito, Professor Universitário de Política de Empresa e Consultor. DN

2 comments:

  1. Bom, nos primeiros casos, estão em causa os procedimentos; no segundo, a realização da coisa. Pelo menos, deveria fazer a analogia entre a necessidade de operar ou de construir o viaduto e a da decisão política. Se é para aprofundar a estupidez, também poderemos ir por aqui.

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  2. A decisão da ciência e a decisão do político são de natureza totalmente diferente porque os primeiros deixam-se guiar pelos dados, pelos factos e pelo método e o segundo guia os dados e os factos com, a ideologia, a campanha e mais uma míriade de interesses pessoais.

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