(se não contestamos os procedimentos do cirurgião ou os critérios científicos da densidade do betão, então também não podemos contestar decisões políticas... porque, evidentemente são procedimentos da mesma natureza? djesus!)
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Ninguém, perante uma cirurgia, e que seja desconhecedor do assunto se arriscará a opinar sobre o modo como o cirurgião deverá realizar a mesma. Nem ninguém, também desconhecedor, se lembrará de criticar a quantidade de betão e ferro utilizados na construção de um viaduto. Seria no mínimo irresponsável de quem o fizesse e até ridículo.
Por outro lado, também seria despropositado defender que o Estado Português não deveria apoiar eventos como a Web Summit ou a realização de um Europeu ou Mundial de futebol. Seria o mesmo que dizer que o Estado Português não deveria apoiar iniciativas privadas, movidas pelo interesse do lucro e que estas deveriam ser autossuficientes. Mas o Estado apoia. E porquê? Porque, independentemente da iniciativa em si, há acontecimentos que mexem com o país, o ajudam a modernizar, lhe dão reconhecimento internacional e, pasme-se, trazem retorno financeiro imediato e futuro para o país. E tudo isso faz parte das obrigações de quem governa.
Pedro Alvito, Professor Universitário de Política de Empresa e Consultor. DN
Bom, nos primeiros casos, estão em causa os procedimentos; no segundo, a realização da coisa. Pelo menos, deveria fazer a analogia entre a necessidade de operar ou de construir o viaduto e a da decisão política. Se é para aprofundar a estupidez, também poderemos ir por aqui.
ReplyDeleteA decisão da ciência e a decisão do político são de natureza totalmente diferente porque os primeiros deixam-se guiar pelos dados, pelos factos e pelo método e o segundo guia os dados e os factos com, a ideologia, a campanha e mais uma míriade de interesses pessoais.
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