August 07, 2023

A 'Lisboa' desta guerra é Genève

 

Genève, um ninho de espiões russos

Desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado, os países ocidentais expulsaram dezenas de espiões russos sob disfarce diplomático, exceto a Suíça que está cheia de espiões. Moscovo aproveita a oportunidade para aumentar a sua presença no país.



CARTA DE GENÈVE

Atualmente, há 221 pessoas oficialmente acreditadas como diplomatas da Federação Russa a viver na Confederação Suíça. Trata-se de um número enorme para um país com a dimensão da Suíça, apesar de ter duas capitais de renome internacional. 
A primeira, Berna, é uma aglomeração de 300.000 habitantes onde se situa o governo - um Conselho Federal - e todos os principais ministérios, mas não todas as administrações federais, uma vez que a arquitetura institucional do país permite a descentralização nos cantões. 
A segunda capital, Genève, tem 700.000 habitantes e alberga a sede europeia das Nações Unidas e numerosas agências internacionais. Subsequentemente, a diplomacia russa sempre deu prioridade ao campo de jogo suíço.

Contudo, desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado, tornou-se cada vez mais importante, uma vez que a Suíça é o único país ocidental que não expulsou nenhum agente russo. 
Há pouco mais de um ano, o escritor russo Mikhail Shishkin foi o primeiro a dar o alarme. Exilado na Suíça germanófona desde 1995, crítico virulento do Presidente russo Vladimir Putin, disse: "Moscovo está a reposicionar na Suíça os espiões que outros países europeus expulsaram".

Christian Dussey precisou de mais doze meses para chegar à mesma conclusão. Em 26 de junho, o novo chefe do 'Serviço Federal de Informação' (FIS) reconheceu que a Suíça é atualmente um dos países "mais visados" pela espionagem russa. Dos 221 indivíduos estacionados na Suíça, "pelo menos um terço trabalha para os vários serviços de informação russos", disse ele, reconhecendo que sua agência emprega apenas 450 pessoas para lidar com essas novas ameaças. Para além do activismo russo, o último relatório do FIS documenta também a presença crescente de agentes chineses, que actuam sob a capa de homens de negócios ou de cientistas interessados na investigação levada a cabo nos 'Institutos Federais de Tecnologia de Zurique e Lausanne'.

Acampamento base

Porém, é em Genève que o novo activismo dos agentes russos é mais sensível. É para aqui que milhares de diplomatas de todo o mundo convergem, para as reuniões anuais dos organismos multilaterais da ONU, como o Conselho dos Direitos Humanos, a Assembleia Mundial da Saúde e a Conferência Internacional do Trabalho. Estas são oportunidades para os agentes dos serviços secretos, sob disfarce diplomático, se misturarem e estabelecerem contactos numa cidade onde se misturam muitos financeiros, líderes empresariais e políticos. Delegações de África e do Médio Oriente.

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(para ler o resto tinha de pagar... mas agora vou interessar-me por este assunto)

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