July 07, 2023

O exame de Filosofia traz um texto muito engraçado de Vonnegut



Uma sátira que dá que pensar.

----------------------------------


Corria o ano de 2081 e, finalmente, todas as pessoas eram iguais. […] Eram iguais em todos os sentidos. Nenhuma pessoa era mais inteligente do que outra. Nenhuma era mais bonita do que outra. Nenhuma era mais forte ou mais rápida do que outra. Toda esta igualdade se devia às emendas 211, 212 e 213 da Constituição e à vigilância permanente dos agentes do Serviço Geral de Incapacitação dos Estados Unidos.

[…] Hazel tinha uma inteligência perfeitamente mediana, e isso significava que era incapaz de pensar demoradamente acerca do que quer que fosse. E George, porque a sua inteligência estava muito acima do normal, tinha um pequeno rádio de incapacitação mental num dos seus ouvidos. Era obrigado por lei a tê-lo permanentemente colocado. O rádio estava ligado a um transmissor do governo. A cada vinte segundos, o transmissor enviava um ruído agudo para impedir as pessoas como George de tirarem vantagens injustas dos seus cérebros.

- K. Vonnegut, "Harrison Bergeron", em L. P. Pojman (ed.), The Moral Life - An Introductory Reader in Ethics and Literature, Oxford, Oxford University Press, 2004, p. 719.

No comments:

Post a Comment