'Cantata sobre a Morte do Imperador José II'. A profundidade da música, o sentimento de tragédia, de lamento e de comoção uníssona dada pelo coro impressionam. Beethoven compôs esta peça aos 19 anos... inacreditável. O que é também inacreditável é que esta peça nunca foi tocada durante a sua vida.
Tudo o que os estudiosos deste período sabem com alguma certeza, é que a obra foi rejeitada pela acta da 'Sociedade Literária' em Março desse ano. A obra também nunca foi publicada. Tudo o que sobreviveu da cantata foi o manuscrito original de Beethoven, que foi comprado em leilão em 1813 pelo compositor Hummel para uma coleccionador privado e que foi posto novamente em leilão em 1884.
A sua estreia teve lugar em Novembro desse ano, em Viena, seguida de uma repetição e subsequente estreia na cidade natal de Beethoven, Bona, em junho de 1885, com grande aclamação da crítica.
Brahms elogiou a obra, escrevendo ao crítico musical Eduard Hanslick em 1885: "Mesmo que não houvesse nome na página de rosto, não haveria dúvida - é Beethoven por completo! O pathos belo e nobre, sublime no seu sentimento e imaginação, a intensidade, talvez violenta na sua expressão; além disso, a voz principal e a declamação e, nas duas secções exteriores, todas as características que podemos observar e associar às suas obras posteriores."
A diferença que faz um maestro e a sua interpretação. Esta versão foi gravada em 1970. Há muitas versões desta peça, mas nenhuma me comove como esta. A intensidade que emana da música. Há uma impressão geral de sagrado, de exaltação, de lamento de amor e de intimidade, ao mesmo tempo que a voz de Kiri, no seu auge, cobre tudo com um véu etéreo.
No comments:
Post a Comment