June 26, 2023

O discurso venenoso de dois ex-ministros da educação da paixão de Guterres



Marçalo Grilo, ministro da educação de Guterres e Guilherme d’Oliveira Martins, outro ministro da educação da paixão de Guterres, que deu no que deu, são agora buddies na Gulbenkian, posto dourado apetecido dos governantes já na mira -acredito- do actual ME.


O FUTURO ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS 

Com radicalismo e conflitos sem fim à vista, dificilmente conseguiremos prestigiar as escolas públicas e a educação para todos.

Eduardo Marçal Grilo e Guilherme d’Oliveira Martins

Terminou o ano letivo e importa fazer um breve balanço do que de mais importante ocorreu nestes quase nove meses de trabalho nas escolas e em torno do mundo da educação.


[repare-se que não sabem o que foi o trabalho nas escolas, estão de fora, mas mesmo assim vão fazer balanços do que não sabem]

Foi um ano atribulado e atípico, que nos traz algumas preocupações.

[há muito tempo que os anos escolares são atípicos (falta de professores, incentivo indirecto ao absentismo, precariedade dos professores, covid-19..., mas eles não sabem]

A primeira tem a ver com a aprendizagem dos alunos dos ensinos básico e secundário, já que no ensino superior o ano foi razoavelmente pacífico, o que se saúda como manifestação de maturidade do sistema e dos seus modos de governo.

[portanto, logo no 1º parágrafo apresentam a sua tese: a falta de paz nas escolas tem que ver com a imaturidade de quem lá está: os professores. Os professores universitários foram grandes aliados da Lurdes Rodrigues contra os professores das escolas, mas nem mesmo a precariedade dos seus pares e o estado em que os alunos entram nas universidades lhes abre os olhos]

A instabilidade vivida com greves e paragens sucessivas no funcionamento das escolas teve repercussões diretas nos processos de ensino e aprendizagem dos alunos, em particular daqueles que dispõem de menos recursos e para quem a escola é o elemento fundamental que vai moldar as suas vidas.

[a instabilidade da escola existe há anos: falta de professores, incentivo indirecto ao absentismo, desincentivo ao estudo, precariedade dos professores... mas estes dois opinadores de bancada socialista falam como se a instabilidade viesse directamente das greves. A escola é o elemento fundamental que vai moldar a vida dos alunos, dizem. Estou de acordo e é por isso que não se entende o desinvestimento, o desinteresse e a perseguição obsessiva que este ME faz aos professores em vez de resolver problemas]

As desigualdades que existem na sociedade portuguesa constituem uma preocupação permanente.

[conclusão implícita: se a escola é o elemento fundamental que vai moldar o vida futura do aluno e fazer de elevador social se a escola é instável por causa dos professores, logo, os professores são a causa da permanência desigualdades sociais. É preciso descaramento... somos nós os governantes que administramos a economia, as finanças, a habitação, a inflação, que decidimos desinvestir nas escolas e na educação pública, etc.]

Vemos com muita tristeza que esta instabilidade, que se segue à pandemia, só vem acentuar essas mesmas disparidades. Os grandes prejudicados deste ano letivo que termina deverão certamente ser os mesmos que já foram fortemente afetados pelos últimos dois anos, de que todos nos recordamos sem saudades.

[outra vez a conclusão nunca dita mas venenosamente insinuada: a instabilidade deve-se aos professores, logo, são eles que andam a prejudicar os alunos. E estes opinadores estão tristes. É pena que não tenham percebido isso quando eram ministros porque não chegámos a este ME sem antecedentes.]

A segunda preocupação relaciona-se com a saúde psicológica e mental de quantos estão envolvidos no trabalho das escolas, em particular os alunos e os professores, que sentem como ninguém os efeitos da instabilidade.

[Os professores são mentalmente instáveis além de imaturos…]

Será bom que se promova um trabalho de recolha de informação sobre os diferentes graus de prejuízo humano que cada um sofreu durante este longo período de turbulência.

Uma terceira preocupação prende-se com uma alteração de regras de jogo na concertação social pelo surgimento de movimentos quase inorgânicos. O movimento sindical tem hoje dentro de si um problema para o qual se não vê uma solução fácil, mas que exige uma profunda reflexão para que a cidadania representativa e a participação não sejam afetadas
.

[Há uma preocupação porque os sindicatos não se limitam a preencher o formulário número 5 e depois amochar, como era costume, para não incomodar o jogo dos políticos. É uma chatice, não é?]

É essencial, no entanto, assinalar como aspeto muito positivo o trabalho fantástico que muitas escolas foram capazes de desenvolver apesar de todas as contrariedades que lhes foram colocadas ao longo do ano.

Temos de reconhecer que o país é heterogéneo e que ao lado de escolas com muitas dificuldades há estabelecimentos que pouco ou nada foram afetados pela incerteza.

Infelizmente as que têm e tiveram maiores problemas são seguramente aquelas que são frequentadas por quem mais delas necessita para se valorizar, para aprender e para poder encarar a vida com maior confiança e determinação.

O apelo que fazemos vai no sentido de se refletir seriamente sobre o que ocorreu e porque não foi possível encontrar soluções para muitos problemas que foram identificados
.

[Não foi possível encontrar soluções para muitos problemas? Tradução: não estamos interessados em resolver problemas, só em estatísticas de sucesso.]

O recorrente problema da "contagem do tempo de serviço" tem de ser visto numa dupla perspetiva.

[QED]

Por um lado a reivindicação dos sindicatos e por outro a posição assumida pelo Governo.
 
Se queremos que haja respeito mútuo, temos de reconhecer que os professores foram afetados em conjunto com todos os outros funcionários, que viram igualmente interrompidas as suas carreiras no âmbito da função pública.

[Como os outros?? Os outros já tiveram mais de 7 anos restituídos e alguns tiveram compensações monetárias valentes para além destes benefícios]

O interesse público tem de considerar a justiça, a equidade, a redução da dívida pública e a dignificação da educação e do serviço público de qualidade.

[Este par de amnésicos esquecem que a dívida de 25 mil milhões não é nossa e que foi a nós que vieram cortar os subsídios de férias e Natal para pagar os calotes e incompetência do partido que os empregou. E foi daqui que saíram 30 mil para o desemprego e que enfrentámos a pandemia sozinhos, sem apoio do governo e às nossas custas, por exemplo. A dignificação da educação não implica dignificar os que lá trabalham em vez de os perseguir e denegrir continuamente?]

Apelamos assim ao equilíbrio, ao bom senso e ao realismo nos processos negociais, seguros de que não podemos pôr em causa o prestígio e a credibilidade das escolas públicas.

[Eu pela minha parte apelo à vergonha na cara de pessoas que contribuíram para os problemas e não para as soluções]

Para defender a escola pública, temos de reconhecer que o ano que passou teve consequências negativas que têm de ser minoradas.

Com radicalismo e conflitos sem fim à vista, dificilmente conseguiremos prestigiar as escolas públicas e a educação para todos
.

[Cá está novamente: os problemas da escola são os radicais dos professores. Nem mesmo depois dos anos de pandemia, deste ano de falta de professores e das evidências da situação das escolas e dos professores estes indivíduos abrem os olhos. São como o Cardeal Belarmino no tempo de Galileu que olhava pelo telescópio e via as manchas no sol, mas como os seus dogmas religiosos diziam que não podia ser declaravam que era o telescópio que estava sujo]

O futuro está nas mãos de todos: escolas, famílias, sociedade e Estado.

[O Estado está em primeiro lugar, não em último porque as escolas e as famílias não decidem políticas, de maneira que pessoas de boa fé não põem tudo na mesma linha como se todos tivessem o mesmo peso.]

Público 


2 comments:

  1. Pelo Martins, sinto indiferença; pelo Grilo, tinha alguma consideração.

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  2. Marçalo Grilo, assim que chegou à Gulbenkian reverteu um benefício que os professores tinham de poder ir ao museu gratuitamente. Mesquinho, não? A SE dele foi Ana Benavente, a inventora da pedagogia da escola servir para fazer pessoas felizes que este ministro copia.

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